domingo, 3 de agosto de 2025

Corrida Nº 256 - 48ª Prova Rústica Tiradentes - Maringá-PR (21abr2025)

 Um Retorno Marcante à Prova Rústica Tiradentes – Maringá 2025

Depois de alguns anos longe da tradicional Prova Rústica Tiradentes, em Maringá, finalmente consegui voltar a essa corrida emblemática em 2025. E olha... foi por pouco! As vagas se esgotaram rápido e só consegui garantir a minha graças ao Heliton, que se prontificou a fazer minha inscrição no lote extra. Como a abertura das inscrições seria às 14h e eu estaria no trabalho, sem chance de acompanhar em tempo real, essa ajuda foi fundamental. Valeu demais, Heliton!


 "Vencer não é apenas chegar ao topo, mas ter superado a si mesmo no caminho."



Segue os dados gerais da prova:

Corrida número: 256
Nome da prova: 48ª Prova Rústica Tiradentes
Cidade: Maringá-PR
Data: Segunda-feira, 21 de Abril de 2025
Distância: 10kms
Tempo: 35min16seg
Média por quilômetro: 3min31seg
Classificação geral: 42º lugar
Atletas no geral: 2.848 concluintes
Classificação na faixa etária 45/49 anos: 2º lugar
Atletas na faixa etária: 282 atletas
Número de pódios (fora de Ubiratã): 141 pódios
Pódios por classificação geral: 62 pódios
Pódios na categoria por faixa etária: 72 pódios
Pódios em equipes e/ou duplas: 7 pódios
Número de peito: 630


Com inscrição feita e boleto pago, restava apenas uma incerteza: o meu desempenho. Dias antes, eu havia participado de uma maratona em Manaus, e confesso que ainda sentia o desgaste físico. Mesmo assim, fui para Maringá confiante. Afinal, se tem uma coisa que eu aprendi, é que o corpo às vezes surpreende quando a cabeça está focada.

Preocupado com o prazo de retirada dos kits, que iria só até às 18h, optei por sair de Ubiratã na noite de sábado, 19 de abril. Peguei estrada após as 19h e cheguei em Maringá já na madrugada de domingo, por volta da meia-noite. Com o orçamento apertado, preferi economizar e passei a noite na rodoviária. A intenção era descansar um pouco, mas a realidade foi outra.

Por volta das 4h da manhã, encontrei um senhor vindo de Uberlândia, e ficamos conversando até o dia clarear. Ali começava uma história inesperada, mas que me marcou tanto quanto a própria corrida. Fomos juntos para o hotel onde ele ficaria, mas ao fazer o check-in, descobriu que havia perdido todos os documentos, cartões e dinheiro. O desespero tomou conta dele.

Diante daquela situação, não pensei duas vezes: me propus a ajudar. O primeiro hotel não o aceitou sem documentos. Buscamos outro, mais simples, próximo ao meu, e só consegui hospedá-lo ao deixar minha identidade como garantia. Paguei a diária, ofereci um lanche, deixei dinheiro para a janta e para o retorno. Me coloquei no lugar dele. Em uma cidade desconhecida, sem dinheiro nem documentos… ninguém merece passar por isso.

Depois desse episódio, segui para meu hotel onde descansei um pouco e, no final do dia, busquei o kit da prova. Mais tarde, minha esposa e meu enteado chegaram a Maringá e saímos para jantar, mas voltamos cedo. O grande dia estava logo ali.

Na retirada de kit.


21 de Abril – O Dia da Corrida

Acordei às 5h30 da manhã. Café tomado, fui até o hotel do seu Pedro, o senhor que ajudei, e seguimos juntos a pé até o Parque do Ingá – ponto de largada e chegada da prova. Chegamos com uns 30, 40 minutos de antecedência. Sem aquecimento, entrei direto no setor de largada, me posicionando bem à frente.

Quando a largada foi dada, um atleta veio desgovernado de trás, gritando, e passou tão perto que senti o braço dele roçar meu ombro. Em um instante de reflexo, mantive o ritmo e vi, pelo canto do olho, ele empurrar outro corredor mais velho, que caiu com tudo, como se mergulhasse em uma piscina. Por pouco não caí também, mas saltei por cima dele e segui. Depois soube que esse atleta fraturou o braço. Lamentável. Com mais de 7 mil atletas na prova, qualquer imprudência podia acabar mal.

Apesar desse susto, mantive o foco e saí forte. O percurso começou em descida, o que ajudou no ritmo. Fechei o primeiro quilômetro em 3min29, o segundo em 3min34. No terceiro, uma leve subida me fez perder alguns segundos – 3min44 –, mas recuperei logo depois.
Cruzei a marca dos 5km com aproximadamente 17min43.

Km 6... Quase voei!
Fiz em 3min18. Até então o mais rápido da prova. Com tantos corredores, era impossível saber a posição, mas o clima era como de uma São Silvestre, mas do interior do Paraná – uma festa linda e cheia de energia e com muito público nas calçadas nos incentivando.

A parte mais dura veio nos km 7 e 8, com subidas que me forçaram a reduzir o ritmo (o pace ultrapassou os 3min50). Mas nos dois últimos quilômetros, tirei forças sabe-se lá de onde. Fiz o km 9 em 3min30 e fechei o último em impressionantes 3min09. Cruzei a linha de chegada com 35min16seg – um tempo excelente, ainda mais considerando que eu vinha de uma maratona recente e não havia me recuperado totalmente. Foi simplesmente extraordinário. Fiquei muito satisfeito com meu desempenho e comemorei demais!

Minha chegada.


Ao olhar os resultados, senti um leve desapontamento ao ver meu nome em 3º lugar na categoria, pois no ano passado eu venceria a categoria com esse tempo que fiz. Mas, enfim. A prova este ano estava bem mais forte.
Subi ao pódio, recebi o troféu de 3º lugar e mais tarde fui ver a classificação oficial e meu nome estava em 2º. Fui pesquisar o motivo e o atleta que venceu a minha categoria, já havia recebido uma premiação na categoria Moradores de Maringá e com isso, subi uma colocação. Melhor assim, pois o valor da premiação subiu de R$ 300 para R$ 400 reais. Pena que, até agora, quase quatro meses depois, nada foi depositado. Coisas de burocracia pública, ou enrolação por parte da organização mesmo. Até a medalha veio com qualidade inferior, e a organização prometeu troca, mas fizerem um treinão para a troca mas, a participação ficava inviável pra quem mora longe.

Após a premiação, voltei para o hotel, fiz check-out e fui almoçar com minha esposa e meu enteado. Depois, demos um passeio pelo Parque do Ingá e tomamos um copão de açaí com cupuaçu – o sabor me trouxe de volta à recente passagem por Manaus.
E por fim, fomos para a rodoviária, onde encontrei novamente o seu Pedro que me contou que fez uma boa prova, apesar dos problemas enfrentados, mas no final acabou dando tudo certo e o pessoal da agência de ônibus que ele voltaria para Uberlândia o ajudou a fazer o boletim de ocorrência, por conta da documentação perdida, e com isso ele pôde embarcar e ainda pagaram um almoço pra ele.
Pra finalizar ele me agradeceu mais uma vez e disse que fui um verdadeiro anjo naquele momento difícil. Fiquei feliz por ter ajudado, mas ainda mais por ver que tudo acabou bem.
Já nos dias seguintes ele retornou contato dizendo que já havia providenciado toda a documentação e me devolveu o dinheiro.

Com o seu Pedro na Rodoviária de Maringá.


Voltamos pra casa no cair da noite. Cansado, mas com o sentimento de missão cumprida. Voltar à Prova Tiradentes foi mais do que uma corrida: foi uma jornada de superação, solidariedade e entrega. Mais um fim de semana que ficará marcado na memória por muito mais do que os quilômetros percorridos.


Segue abaixo mais fotos:

O kit da prova.
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Vídeo da largada.
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Durante o percurso.
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Minha chegada.
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Eu, minha esposa e Edélson - 4º geral.
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Fernando, Sérgio Rocha do canal Corrida no Ar, eu e o Heliton.
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Eu, Ederson Vilela - campeão da prova e Fernando.
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 Galera de Ubiratã.
Fernando, Victor, Tutta, Leide, Heliton e Edgar.
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Família Hamada de Maringá.
Foi uma honra conhecer vocês (Mari, Matheus, Raphael e Luiz).
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Recebendo o troféu de 3º lugar, quando na verdade era pra ter sido o de 2 º.
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Listagem publicada no mural atrás do palco da premiação logo após a prova.
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Pódio da categoria 45/49 anos.
PS: O Edmilson estava representando o 1º colocado que posteriormente, ao ser corrigido a classificação, foi desfeito por já ter obtido um pódio na categoria Moradores de Maringá.
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Classificação oficial da categoria 45/49.
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Minha classificação no geral.
Até a data desta postagem a classificação completa poderia ser encontrada no site da Chiptiming.
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Com o troféu - bem feio e ruim - já quebrou na viagem. rsrs
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A medalha da prova.
Péssima.
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Fernando, Tutta, a atleta feminina não sei o nome e Edmilson.
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Fernando, Kalil, André, Antônio, Tutta.
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Percurso da prova.
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Parciais.
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 Com minha esposa.



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