domingo, 27 de julho de 2025

Corrida Nº 255 - 7ª Maratona Internacional de Manaus - Manaus-AM (13abr2025)

... Postagem atrasada ...


De Ubiratã à Arena da Amazônia: a jornada de um maratonista persistente!!!

"Enfrentar um desafio com coragem é o primeiro passo para transformar obstáculos em degraus para o crescimento — como cruzar a linha de chegada de uma maratona, provando que a determinação sempre vence o cansaço."


Segue os dados gerais da prova:

Corrida número: 255
Nome da prova: 7ª Maratona Internacional de Manaus
Cidade: Manaus-AM
Data: Domingo, 13 de Abril de 2025
Distância: 42,2kms
Tempo: 3h14min11seg
Média por quilômetro: 4min36seg
Classificação geral: 23º lugar
Atletas no geral: 469 concluintes
Classificação na faixa etária 45/49 anos: 4º lugar
Atletas na faixa etária: 52 atletas
Número de pódios (fora de Ubiratã): 140 pódios
Pódios por classificação geral: 62 pódios
Pódios na categoria por faixa etária: 71 pódios
Pódios em equipes e/ou duplas: 7 pódios

Número de peito: 42502


Na noite de quinta-feira, 10 de abril de 2025, começou mais do que uma simples viagem — iniciou-se uma jornada de superação, determinação e amor pela corrida.
Saí de Ubiratã pouco depois das 19 horas, embarcando em um ônibus da empresa Penha rumo a Maringá. Após quase cinco horas de estrada, cheguei à rodoviária perto da meia-noite e, como meu voo estava marcado apenas para às 06h35, passei a madrugada ali mesmo, entre bancos e pensamentos, esperando o momento de seguir.

Por volta das 3 da manhã, peguei um transporte até o aeroporto. Fiz o check-in e aguardei o embarque, ansioso, mas tranquilo. E após uma escala em Congonhas, enfim, às 13h e poucos minutos, pisei novamente em solo manauara — cidade que já havia me proporcionado experiências inesquecíveis na minha primeira ida em 2019.

Peguei um Uber até o local de retirada dos kits, próximo à grandiosa Arena da Amazônia.
Já com o kit em mãos, segui de ônibus até próximo do hotel, aproveitando para comer algo antes de finalmente fazer o check-in e buscar algum descanso. No final da tarde, aproveitei o tempo livre para caminhar pela região do Porto de Manaus. Visitar a 'charmosa' Feira da Banana, o Mercado Municipal e seus arredores. Ao voltar para o hotel, pedi uma pizza e, já por volta das 22 horas, apaguei, literalmente.

Na retirada do kit.
.
.

No Porto de Manaus.


No dia seguinte, acordei tarde. O corpo, cansado da longa jornada, precisava de repouso. Saí direto para almoçar e aproveitei para me deliciar com dois copos generosos de açaí com cupuaçu — um sabor intenso, marcante e absolutamente único. Dormi novamente boa parte da tarde e, ao acordar, voltei ao porto, onde comprei uma camiseta do Amazonas FC. E à noite, mesmo debaixo de uma boa chuva, fui ao estádio assistir ao jogo do Amazonas contra a Ferroviária. O placar ficou no 0x0, com dois gols do Amazonas anulados pelo VAR, mas o clima foi de pura paixão local.

Na Arena da Amazônia.


Após o jogo, voltei para o hotel e comi um lanche comprado anteriormente e fui dormir antes das 21h. Afinal, precisava acordar às 2 da manhã: a largada da maratona estava marcada para as 4h.

Mesmo com o cansaço, demorei para dormir e acabei acordando pouco antes do alarme tocar. Tomei meu café, peguei o Uber e cheguei ao Sambódromo com cerca de uma hora de antecedência. O clima estava agradável, o corpo bem treinado, e a mente, confiante.

Faltando cerca de 30 minutos para a largada, deixei meus pertences no guarda-volumes e procurei me posicionar bem à frente. Mas um detalhe inesperado mudou tudo: a multidão reunida na rua em frente ao Sambódromo para o ensaio do Boi Garantido forçou a organização a adiantar a largada em meia hora.

Momentos antes da largada.
Lembrando que o vídeo feito durante a prova pode ser visto no meu canal no YouTube.


E então... a largada aconteceu. Não de qualquer maneira — mas em meio a uma explosão de fogos de artifício, que iluminaram o céu de Manaus e transformaram aquele instante em pura magia. Foi de arrepiar. Um dos momentos mais emocionantes que já vivi como corredor. Difícil traduzir em palavras a vibração daquele início. Era como se cada passo dali em diante fosse impulsionado não só por treinamento, mas por emoção.

Na largada.


Comecei num ritmo forte. Por um instante, pensei em forçar mais para assumir a liderança, mesmo que por alguns metros — mas segurei o impulso. A estratégia falaria mais alto.

Passei pelos 5 km com 18min20seg, derretendo de suor. A temperatura estava boa, mas o ar parecia mais pesado, úmido, como é típico da região. Apesar do desconforto, o corpo estava respondendo bem. No km 10, cheguei com pouco mais de 37 minutos, figurando entre os 10 primeiros colocados da maratona. O percurso, até ali, estava favorável. No km 15, o relógio marcava 55min40seg — um dos meus melhores tempos nessa distância.

Foi então que a maratona começou a mostrar sua verdadeira face.

Após os 15 km, senti como se uma onça tivesse pulado nas minhas costas — ironicamente apropriado, considerando onde estávamos. As pernas começaram a pesar. O trecho de subida exigia muito. E mesmo quando o percurso voltou a suavizar, o ritmo já havia caído. Mas resisti. Sabia que a partir dali, cada quilômetro exigiria mais do que preparo: exigiria resiliência.

Cruzei os 21 km com 1h20 — exatamente como planejado. Ainda estava dentro da meta de sub-3 horas. Mas já sentia o desgaste se acumulando. Fiz o retorno da ponte sobre o Rio Negro quase no limite físico.

Retornando depois de seguir até pouco mais da metade da ponte sobre o Rio Negro.


Ao atingir o km 27, uma nova subida me venceu. Caminhar se tornou inevitável. Caminhei por um minuto, respirei, e voltei a trotar. Mas o ritmo já não era o mesmo.
Cheguei ao km 30 com 2h04, ainda com chances de manter o objetivo, desde que não deixasse a média dos próximos 12kms ultrapassar os 5min/km. Só que o corpo tinha outros planos.

Após o km 32, os primeiros sinais de câimbras começaram. Cada fisgada era um alerta vermelho. Reduzi o ritmo, caminhei, trotava quando dava. No km 35, com pouco mais de 2h30, eu ainda estava entre os 20 primeiros.

A segunda metade da prova era muito mais dura do que na minha primeira vez que corri em Manaus. Subidas longas, exigentes, e o desgaste só aumentava. No km 37, o relógio marcava 2h44. No km 40, 3h01.

Ali, restava apenas colocar o coração na ponta do pé.

Já via a Arena da Amazônia à frente. Fiz o contorno do estádio, passei em frente ao Sambódromo, entrei na rua lateral... e então, duas curvas à esquerda me levaram para dentro do Sambódromo novamente. Cruzei o pórtico de chegada após um esforço quase sobre-humano, com 3h14min11seg marcados no relógio.

E ali, naquele momento único, se concretizava também a minha maratona de número 41.
Um marco pessoal carregado de histórias, quilômetros e aprendizados — e agora com mais uma página escrita sob o céu úmido e intenso de Manaus.

Não era o tempo que eu queria. Mas foi a prova que eu consegui fazer naquele dia. E essa chegada, mesmo distante da meta, foi um símbolo de resistência, de entrega e de amor pelo esporte.

Completando a maratona de número 41.


Recebi com orgulho a belíssima medalha de finisher, e na sequência também a medalha Top 100, por ter completado entre os 100 primeiros colocados.
A alegria de concluir foi imensa, embora, confesso, a frustração por não ter feito uma prova melhor me acompanhou por dias.

Com as duas belíssimas medalhas conquistadas em Manaus.


Precisei de assistência médica logo após cruzar a linha de chegada, devido a uma queda de pressão. Um tempo de repouso e um banho de gelo me ajudaram a recuperar. Mais tarde, no hotel, tomei um bom banho, almocei e, claro, repeti o sorvete de açaí com cupuaçu — sabor que agora vai ficar na memória.

Na última noite, fechei minha passagem por Manaus com uma pizza com Coca Cola - minha comida preferida - e fui dormir cedo.
E na manhã seguinte, retornei ao aeroporto e depois de longas horas entre voo, espera de escala e ônibus cheguei em Ubiratã para voltar a rotina normal.

A maratona não perdoa. Mesmo com treino, nem sempre o corpo responde como esperamos. Mas cada linha de chegada nos ensina algo. E o mais importante: sigo firme, ainda mais motivado, porque outras oportunidades virão — e eu estarei pronto para elas.


Segue abaixo mais algumas fotos:

Meu numeral.
.
.

"Mais valioso do que alcançar metas é ter a consciência de ter feito o melhor e cumprido o dever com honestidade e honra."
.
.

Passando pelo Teatro Amazonas.
.
.

Após a prova com as duas medalhas recebidas.
.
.

Minha classificação no geral.
Até a data desta postagem a classificação completa poderia ser visualizada no site openresults.run.
E também no site da prova poderia se encontrado os resultados de todas as edições da Maratona de Manaus.
.
.

Minha classificação na categoria por faixa etária (45/49).
.
.

Se deliciando com um copão de Açaí com Cupuaçu.
.
.

Durante a entrega dos kits.
.
.

Relógio Municipal de Manaus.
.
.

Feira da Banana.
.
.

As duas belíssimas medalhas.
.
.

A lindíssima medalha de participação.
Para ter ficado mais top ainda, só faltou a descrição: "7ª Maratona Internacional de Manaus 42K" estar escrito em verde para dar um destaque ainda mais charmoso e especial. Mas, mesmo assim, esta com certeza é a medalha mais bonita que já recebi após completar uma maratona.
.
.

Parciais dos kms.


Nenhum comentário: