sábado, 13 de dezembro de 2025

Corrida Nº 265 - Maratona de Jurerê (Jurerê-SC) 02nov2025

CINCO SEMANAS.

Esse foi o tempo entre cruzar a linha de chegada da Maratona de Criciúma — a minha 43ª, completada em 2h49 sob muito esforço — e embarcar novamente rumo a mais um desafio de 42 quilômetros.
Cinco semanas apenas… e lá estava eu, com a mala na mão, a fé no peito e o coração pulsando pela 44ª maratona da minha vida.
E, mais uma vez, Santa Catarina seria o palco.
O mesmo estado onde no ano passado conquistei o 5º geral em Jurerê e ainda registrei meu recorde pessoal.
Mas desta vez a história seria outra.

"Sou o reflexo de cada quilômetro que não abandonei."



Segue os dados gerais da prova:

Corrida número: 265
Nome da prova: Maratona de Jurerê
Cidade: Jurerê-SC
Data: Domingo, 02 de Novembro de 2025
Distância: 42,2kms
Tempo: 2h56min49seg
Média por quilômetro: 4min11seg
Classificação geral: 23º lugar
Atletas no geral: 488 atletas concluintes
Classificação na categoria por faixa etária 45/49 anos: 2º lugar
Atletas na faixa etária: 62 atletas
Número de pódios (fora de Ubiratã): 150 pódios
Pódios por classificação geral: 67 pódios
Pódios na categoria por faixa etária: 75 pódios
Pódios em equipes e/ou duplas: 8 pódios
Número de peito: 454



Um atleta cansado, mas nunca derrotado 

O plano para 2025 em Jurerê não era voar.
O corpo já vinha pedindo descanso: meses seguidos de trabalho pesado, finais de semana sem pausa, treinos exaustivos, acúmulo de provas e a recente maratona em Criciúma ainda ecoando em cada fibra muscular.
Ainda assim, existia dentro de mim um objetivo silencioso, quase teimoso: correr abaixo das 3 horas novamente.
Se viesse algo abaixo das 2h50, melhor ainda. Mas o foco era honrar minha trajetória e fechar o ciclo de maratonas do ano em grande estilo. Mas, não buscar um novo recorde.

E assim começou a jornada rumo a Jurerê.

Na sexta-feira, dia 31 de outubro, às 15h15, deixei Ubiratã juntamente com minha esposa e enteado.
Ônibus para Campo Mourão. Depois, às 20:00 horas, o ônibus que nos levaria para Florianópolis.
Chegamos por volta das 8h30 da manhã do sábado.

Enquanto esperava um amigo chegar de São Bernardo do Campo, tomamos café ali mesmo, na rodoviária. Depois pegamos um outro ônibus e seguimos para Jurerê e fomos direto para a retirada do kit — e logo em seguida para a pousada Central Mar em Canasvieiras, onde felizmente o proprietário liberou o quarto antes do horário.

O kit da prova.


O dia seguiu leve: almoço, descanso, um tempo na beira-mar com a família e até a visita surpresa do irmão da minha esposa, que veio de Itajaí só para nos ver.
À noite, pizza… e cama depois das 22h.
Aquela era a calmaria antes da tempestade.

Acordei às 4h da manhã.
Um café rápido.
Mensagem para o Douglas e logo depois, o Marcos — que faria sua estreia em maratonas — passou para nos buscar.
Chegamos cerca de 40 minutos de antecedência.
Clima perfeito: friozinho leve, garoa fina, atmosfera de filme.

Nem levei a GoPro. A regra da Cbat era clara: acessório eletrônico poderia causar desclassificação. E eu não estava ali para correr riscos — estava ali para correr uma maratona. rsrs

Pronto para mais uma batalha.


Quando liberaram o acesso ao local de largada, procurei me posicionar perto do pórtico.
Na hora da largada, o pelotão de elite (que só tinha 7 atletas) largou cerca 20 segundos antes.
Achei desnecessário. Se eles são bons, tem que disputar de igual pra igual com nós amadores.
Mas, enfim ...

E, quando chegou a minha vez de largar…
Eu sabia: meu corpo não estava no nível do ano anterior, quando fiz 2h37 ali mesmo em Jurerê.
E sabendo disso, ajustei o Garmin para me avisar caso passasse de 3min50/km, mas o plano era controlar: correr perto de 4min/km na primeira metade e depois ajustar para algo como 4min15.

Km 1:
3:38
Km 2: 3:40

Sim, mais rápido que o planejado — mas fluía fácil, natural, sem esforço excessivo.
Logo no km 4 forma-se um grupo de aproximadamente seis atletas. No km 5 já estávamos fechados como um pelotão. Turnos espontâneos de liderança, incentivo mútuo, sincronia — parecia até que havíamos treinado juntos.

Não é só talento. É também muita garra.
Não é sorte. É muito treino e dedicação.
Não é pressa. É foco e determinação.


No km 10 passo com
38:30.
No km 15, perto de 57 minutos.
Um ritmo sólido, firme, esperançoso.
Mas maratona é uma prova que sempre cobra seu preço.

Depois do km 20, o grupo começou a se desfazer.
Alguns aceleraram, outros ficaram.

E eu comecei a sentir o cansaço chegar em ondas silenciosas.
Passei a meia com 1h21 — uma marca excelente, mas meu corpo já mostrava sinais de desgaste. Logo depois, meus quilômetros começaram a ultrapassar a barreira dos 4 minutos.

Km 26, 27, 28…
Vários trechos acima de 4min10.
Chego ao km 30 ainda num ótimo tempo total, mas com as reservas se acabando.
E então, como diria o Chico da Tiana: Dali pra frente foi só pra trás. kkkk

O corpo pediu socorro.
A mente lutou.
O coração não deixou eu parar.

Km 34: pace de 4:45.
Caminhei por uns 50 metros para tomar uma Coca-Cola.
O mundo girou, mas eu segui.

Km 38: mais uma caminhada curta e logo passei
 em frente à chegada — mas ainda precisava fazer o retorno final.
Doía a alma ver a linha de chegada tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe. rsrs

Km 40: quase passando mal.
Relógio marcando algo entre 2h44 e 2h45.
Eu estava “aéreo”, lutando comigo mesmo.

Um atleta me ultrapassa, vê meu sofrimento e me incentiva.
Era justamente o campeão da minha categoria.
No último retorno, vi o Edu Garcia do outro lado — que seria o terceiro da categoria - um incentiva o outro. 

E esse encontro, as palavras, aquela troca de energia
 reacendeu a chama e eu não caminhei mais.
Corri. Devagar, mas corri. kkkk
Com orgulho.
Com vontade.
Com a certeza de que desistir jamais seria uma opção.

Vinha exausto, quase no limite.
Fiz uma última curva a esquerda e entrei nos 200 metros finais e cruzei a linha de chegada com
2h56min49s.
Meu pior tempo em Jurerê.
Meu pior tempo em maratonas em Santa Catarina.
E, ainda assim … Uma das chegadas das quais mais me orgulhei.

Não por apenas ter completado mais uma maratona. Mas, por ver minha esposa ali, torcendo por mim.
E também por saber que naquele dia não venceu quem correu mais rápido.
Venceu quem não desistiu.
Venceu quem honrou o próprio limite.
Venceu quem, mesmo cansado e esgotado, correu com o coração.

E assim fui eu...

Sub-3 novamente.
Maratona nº 44 concluída.
2º lugar na categoria.

Nada — absolutamente nada — para reclamar.
Só agradecer.

"Cada passo foi muito difícil. Mas, o sorriso no rosto explica o final.
Batalha vencida."


Ao final, precisei de assistência médica. Minha pressão baixou.
Mas, logo já estava bem novamente e já pude continuar a hidratação. Jurerê dá show de hidratação.
Tem de tudo que um atleta possa imaginar.
Depois ainda, fiz um tratamento com uma "botas" que inflam - não sei o nome - mas foi super relaxante.

Por fim, fui aguardar a chegada dos novos maratonistas de Ubiratã.

O primeiro a chegar foi o Marcos que fez uma excelente estreia (3h51min55seg).
Depois a Natalie com 4h4min26seg e já estreou conquistando pódio. Ela foi a 2ª colocada em sua categoria.
Depois veio o Lucas com 4h49min14seg e por fim, Heliton que fez uma excelente preparação, mas acabou sentindo câimbras durante o percurso e acabou só administrando sua estreia até cruzar linha de chegada com 4h50min53seg.
Teve também o ultramaratonista, Vitor, de Ubiratã que fez os 21kms o sábado e fechou a prova em 1h56min51.

Orgulho demais dessa turma que leva nossa cidade cada vez mais longe.


Depois da batalha, o merecido descanso

Após a prova e a premiação, voltei ao hotel e aproveitei dois dias incríveis com a família nas praias de Canasvieiras.
Voltamos no dia 4 de novembro, levando na bagagem não só medalhas — mas memórias, aprendizados, superação e uma certeza: A maratona 44 não foi sobre tempo. Foi sobre caráter. Foi sobre resiliência. Foi sobre continuar.

E que venham as próximas, porque eu já nasci pronto.


Segue abaixo algumas fotos:

A bela camiseta e o meu numeral da prova.
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Completando minha 44ª maratona.
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Completada mais uma maratona.
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Os 30 primeiros colocados nos 42kms masculino.
Até a data desta postagem a classificação completa poderia ser vista no site Runking.com.br.
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Pódio da categoria 45/49.
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"A dedicação aos treinos se transforma em desempenho - e o prazer da conquista completa tudo."
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Os 10 primeiros colocados da faixa etária 45/49.
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"Cada maratona completada carrega uma emoção diferente, muito orgulho e uma felicidade que não se explica."
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Com o amigo ubiratanense Marcos. Estreante em maratonas.
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Com o amigo Douglas de São Bernardo do Campo.
Ele completou a maratona com 4h59min01seg.
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Galera de Ubiratã em Jurerê.
Rafaela, Lucas, Leide, Tutta, Heliton, Lucas, Natalie, Matheus e Vitor.
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A medalha da prova.
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O troféu.



terça-feira, 9 de dezembro de 2025

Corrida Nº 264 - 3ª Maratona de Criciúma (Criciúma-SC) 28set2025

 Acreditar é o primeiro passo de toda grande conquista. E foi com essa confiança no preparo, especialmente na reta final dos treinos, que parti para mais uma maratona em solo catarinense. 

"O relógio marca o tempo, mas é você quem marca a história."




Segue os dados gerais da prova:

Corrida número: 264
Nome da prova: 3ª Maratona de Criciúma
Cidade: Criciúma-SC
Data: Domingo, 28 de Setembro de 2025
Distância: 42,2kms
Tempo: 2h45min31seg
Média por quilômetro: 3min55seg
Classificação geral: 6º lugar
Atletas no geral: 87 atletas concluintes
Classificação na categoria por faixa etária 45/49 anos: 1º lugar
Atletas na faixa etária: 17 atletas
Número de pódios (fora de Ubiratã): 149 pódios
Pódios por classificação geral: 67 pódios
Pódios na categoria por faixa etária: 74 pódios
Pódios em equipes e/ou duplas: 8 pódios
Número de peito: 40


A viagem começou em Ubiratã, na manhã do dia 26 de setembro de 2025, com o coração leve e a mente firme no propósito: dar o meu melhor na 
Maratona de Criciúma.
Foram mais de 18 horas de estrada, cruzando cidades, paisagens e pensamentos. Cada quilômetro percorrido no ônibus era também um lembrete do quanto havia me dedicado até ali — e o quanto aquela jornada representava mais do que apenas correr. Representava constância, disciplina e amor pelo esporte.

Ao chegar em Criciúma, o céu azul e o vento forte me receberam com energia. Fiz questão de buscar o kit a pé, explorando a cidade e respirando o ambiente que em breve seria palco de mais uma batalha pessoal. Depois de um bom almoço e um merecido descanso no hotel, me preparei com serenidade para o grande dia.

Mas como toda boa história de superação, a prova começou antes mesmo do tiro de largada. Às 3h30 da manhã, o som da chuva fina me despertou. A ansiedade pré-prova resolveu aparecer, e o sono foi curto. Às 4h15, já estava de pé, tomando café e mentalizando o desafio. Mesmo debaixo da chuva, segui confiante para o ponto de partida. Cheguei encharcado, mas com o espírito aceso — afinal,
a chuva nunca foi obstáculo para quem carrega o sol dentro de si.

O plano era ousado: completar a maratona na casa das 2h45 e, quem sabe, lutar por um lugar no pódio geral. Ajustei o Garmin para o ritmo-alvo e, ao soar a largada, o corpo respondeu. Logo nos primeiros quilômetros, já estava entre os líderes. A adrenalina falou mais alto e saí forte, mas com consciência — maratona é estratégia, é controle, é saber dosar o coração entre a empolgação e a resistência.

Passei os 10 kms em 37 minutos. Cheguei no km 15 com 56, e a meia-maratona foi completada em 1h20. Eu era o quarto colocado geral.
O corpo respondia bem, mesmo com o leve incômodo nas coxas — talvez lembrança do pedal de 110 km feito dias antes. Nada que pudesse me deter. O foco estava ali, firme, entre o suor e o vento.

Mas, ao chegar no km 29, dois atletas me ultrapassaram em ritmo impressionante. Tentei acompanhá-los até o 30º, mas foi em vão. O peso da longa viagem, talvez também o pedal com uma elevação enorme na semana anterior e o ritmo mais forte que imprimi até a metade da prova começou a cobrar um preço. Comecei a sentir muito cansaço. O ritmo ia caindo e ali compreendi: o segredo não era competir com os outros, mas com
a minha própria superação. E segui, lutando contra o cansaço, o vento e o relevo.

Aos 38 kms, o ritmo caiu drasticamente, mas o coração seguia firme. O vento contra, as pernas pesadas e o corpo pedindo pausa… mas a mente gritava mais alto: “Segue! Você veio até aqui para terminar com orgulho!”.
E segui.

Passei pelo km 40 com 2h35. O relógio marcava o esforço, mas o espírito marcava a vitória. E quando finalmente cruzei a linha de chegada, com o tempo de
2:45:31, senti o peso da conquista. Sexto colocado geral e campeão da categoria — um resultado de respeito, fruto de preparo, disciplina e coragem.

Não houve pódio geral dessa vez, mas o sentimento de dever cumprido foi maior do que qualquer troféu. Afinal, conquistei o que mais importa: a certeza de que
cada treino, cada sacrifício e cada gota de suor valeram a pena.

Depois, veio a celebração: frutas, energético, sorvete, chopp e o sorriso no rosto de sempre ao subir no pódio. O corpo estava cansado, mas a alma estava leve. Voltei para casa exausto, sim — mas com a sensação de ter deixado mais uma marca no caminho da minha história.

E que venha a próxima, porque o espírito de quem ama correr nunca descansa.

Gratidão especial ao
José Bocalon, dos Postos BCA, pelo apoio e patrocínio — parceiros assim tornam o impossível apenas uma questão de tempo.

Maratona número 43 concluída.
Mais do que uma prova, uma lição de vida: quem acredita, resiste. E quem resiste, vence.



Segue abaixo algumas fotos:

Na retirada do kit.
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O kit.
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Momentos antes da largada.
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Após a prova.
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A medalha. Bem simplesinha.
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No pódio.
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Recebendo o troféu de campeão da categoria 45/49.
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O pódio 'incompleto' da categoria 45/49.
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Os 5 primeiros colocados da faixa etária 45/49 anos.
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O campeão tinha o direito de tocar o sino.
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Os 10 primeiros colocados nos 42kms masculino.
Até a data desta postagem a classificação completa poderia ser acessada no site da ChipTiming.
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Troféu.





domingo, 12 de outubro de 2025

Corrida Nº 263 - 2ª Etapa da Corrida Noturna das Flores - Corbélia-PR (25set2025)

Depois de um dia onde passei horas e horas diante da tela de um computador, tentando uma vaga na tão sonhada centésima edição da Corrida Internacional de São Silvestre, enfrentando falhas no site, lentidão, estresse. Segui para mais uma competição.
Mas, como quem carrega no peito a paixão pela corrida e o compromisso com o próprio desempenho, ainda encontrei forças para calçar o tênis e encarar esse desafio: na segunda etapa da Corrida das Flores, em Corbélia.

Mesmo exausto, eu fui.
Mesmo sem forças, eu corri.
E quando achei que não dava mais… dei o meu melhor.



Segue os dados gerais da prova:

Corrida número: 263
Nome da prova: 2ª Etapa da Corrida Noturna das Flores
Cidade: Corbélia-PR
Data: Quinta-feira, 25 de Setembro de 2025
Distância: 12kms (que na verdade deu 11,65kms
Tempo: 41min28seg
Média por quilômetro: 3min33seg
Classificação geral: 2º lugar
Atletas no geral: 24 atletas
Número de pódios (fora de Ubiratã): 148 pódios
Pódios por classificação geral: 67 pódios
Pódios na categoria por faixa etária: 73 pódios
Pódios em equipes e/ou duplas: 8 pódios
Número de peito: 123



Naquele dia, tudo parecia dizer: “Hoje não.”
Minha mente estava em frangalhos, e meu corpo… nem se fala.
Trabalhar na construção civil e ainda treinar para buscar performance em corrida, não é nada fácil. Sem contar a raiva que eu estava por quase não conseguir me inscrever na 100ª São Silvestre.
E ainda me recuperava de um pedal insano no fim de semana anterior: a Romaria dos Ciclistas de Corbélia ao Santuário de Nossa Senhora da Salette em Braganey e depois o pedal de Braganey para Ubiratã. Foram quase 110 km pedalando com vento contra e mais de 1.700 metros de altimetria, e mesmo duas sessões de banho de gelo não deram conta do estrago. Eu estava desgastado, esgotado, quebrado - literalmente.

E mesmo assim… eu fui.

Às 17h45 saí de casa e me juntei ao Magaiwer, ao Riki, à Rafaela e ao Fernando Matiussi na loja de materiais de Construção - Cical e saímos por volta das 18h10.
Fomos até Corbélia, com Fernando no volante e o amigo Tite, que mora em Corbélia, já havia garantido os nossos kits. Era como se tudo estivesse conspirando para facilitar o caminho até a largada — o que eu faria a partir dali, era comigo.

Ritual de sempre: peguei o kit, aqueci leve, ajustei o relógio no pace de 3:40 por km. Nada além do necessário. Meu plano era correr com sabedoria, sem forçar. Só que nem sempre o coração segue o plano.

E quando a largada soou, algo mudou.
A adrenalina falou mais alto. O coração assumiu o comando, e os pés obedeceram. Saí forte. Muito forte. Estava entre os 10 primeiros colocados nos primeiros metros. Sem saber ao certo quem era dos 6 km e quem era dos 12 km, mas mesmo assim mantive o foco em apenas uma coisa: seguir firme. Superar o cansaço e acreditar no meu potencial.

O primeiro km? 3:20/km. O corpo parecia dizer "não", mas a alma gritava "vai!".
E logo, eu era o terceiro geral. Sabia que o líder dos 12 km era de outro nível — havia feito 1h11 em uma meia maratona semanas antes — mas aquilo não importava. Minha missão era clara: dar o meu melhor.

Eu era o terceiro geral na prova, mas na verdade, eu era o 2º colocado geral dos 12kms. Pois, sabia que um dos dois atletas à minha frente, um deles era dos 6 km. Ou seja, eu estava brigando diretamente pela segunda colocação geral dos 12 km. Uma disputa real. Uma batalha silenciosa.

Como na primeira etapa eu também havia ficado em segundo lugar, precisava segurar essa colocação a todo custo, pois me ajudaria a somar mais 17 pontos e seguir firme para a última etapa onde haveria premiação em dinheiro para os cinco primeiros colocados na somatória de pontos do circuito.

A primeira volta passou rápido e percebi que o percurso não tinha dado os 6 km prometidos — faltavam cerca de 170 metros. Mas, não importava. A missão agora era resistir.

Na segunda volta, a ideia era controlar.
Eu queria reduzir o ritmo para me poupar. Afinal, no dia seguinte estaria a caminho de Santa Catarina para correr a Maratona de Criciúma. Mas o corpo já estava entregue à corrida — e a mente, ainda mais.

Fiz o 1º km da segunda volta a 3:33/km, e num dos retornos pude ver: tinha cerca de 200 metros de vantagem sobre o terceiro colocado. Respirei aliviado, mas não relaxado. Cada segundo valia ponto no circuito. Cada passo era uma conquista.

No segundo retorno, marquei a diferença: 1 minuto e 10 segundos de vantagem.
Poderia reduzir? Talvez.
Mas quando se corre com paixão, o corpo simplesmente… não para - ele quer voar.

10º km a 3:36 e km 11º a 3:33.
Quando veio o último km, eu até pensei em aliviar. Mas como? Era reta final. O pórtico chamava. O público aplaudia. E o coração batia mais forte do que nunca.

Subi o último trecho como se estivesse começando a corrida naquele momento.
A dor já não era obstáculo.
O cansaço virou combustível.
E ao avistar o pórtico de chegada, deixei as pernas voarem.
Abri os braços e cruzei a linha de chegada com 41min24seg. 
Pace médio de 3min33seg por km.

E mais uma vez, o percurso não bateu — dessa vez, faltaram 350 metros.
Mas, nada faltou em mim. Dei tudo. Fui além. E venci minha própria batalha.
Mais do que pódio, foi uma jornada de superação.
Porque é assim que se corre com o coração — até o último passo.

A prova foi impecável: hidratação gelada, staffs atentos, organização firme. E o troféu… ah, dessa vez, melhorou - veio um pouco mais bonitinho. rsrs

E o melhor: subi ao pódio ao lado do amigo Tite — que chegou em quarto, superando um outro grande amigo - o Fernando, que veio em quinto. Foi o primeiro pódio junto com estes grandes amigos e ver aquele momento se realizar, depois de tantas corridas juntos, foi uma vitória dentro da vitória.

Após o pódio - muitas fotos, sorrisos e aquela boa conversa de sempre.

Ao final, encerramos a noite, já em Ubiratã, com um baita X-Bagunça lá no Prensadão. Porque atleta que se dedica, também merece celebrar. rsrs

Agradeço ao Fernando pela carona, ao Tite pelos kits, e a cada pessoa que compartilha da mesma paixão por correr, competir, viver intensamente cada km.

Se tem algo que eu possa dizer é que: não existe cansaço que vença uma alma decidida.

Mesmo quando tudo diz para parar… vá.
Mesmo quando parece que não dá… vá.
Porque às vezes, é nesse "vá" que a gente descobre do que realmente é feito.

E assim sigo, quilômetro a quilômetro, desafiando meus próprios limites e colecionando histórias que vão muito além da linha de chegada.

E para a última etapa sigo firme em segundo lugar no circuito com 6 pontos a frente do terceiro colocado e também a 6 pontos atrás do primeiro.
Não tenho chances de ser campeão, a menos que o primeiro colocado no ranking não compareça na prova ou que ele fiquei em quarto lugar e eu vença. O que é quase impossível acontecer. rsrs
E para que eu confirme o segundo lugar, basta chegar em 3º e torcer para o atleta que está em terceiro na classificação não vença a prova.
Mas, seguirei em busca de mais um vice-campeonato. rsrs



Segue abaixo algumas fotos:

Pouco antes de sairmos em viagem com os amigos Fernando e Magaiwer.
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Já em Corbélia.
Magaiwer, Tutta, Carvalho, o filho do Tite e o Tite, Fernando e Riki.
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Com o amigo Tite durante a prova.
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Galera de Ubiratã presente na prova.
Atrás: Alessandro, Tutta, Magaiwer e Riki.
Frente: Rafaela, Renata, Camila e Fernando.
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Pódio geral dos 12kms.
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Os 5 primeiros colocados nos 12kms.
Até a data desta postagem a classificação completa poderia ser vista no site da Chiptimig.
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Com o amigo Fernando.
Pela primeira vez, juntos no mesmo pódio. Que este seja o primeiro de muitos.
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Com todos de Ubiratã que pegaram pódio.
Alessandro: 3º na categoria
Magaiwer: 2º na categoria
Tutta: 2º geral
Camila: 5º geral
Fernando: 5º geral
Riki: 1º na categoria
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O troféu e a medalha da prova.
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"Mais do que um troféu ou um tempo marcado no relógio, essa prova foi um lembrete poderoso: mesmo nos dias mais cansativos, a paixão nos move, a dedicação nos empurra e a superação nos define."


domingo, 21 de setembro de 2025

Diploma de Maratonista 2024

 2024 foi um ano inesquecível na minha jornada como atleta amador. Um ano que ficará eternamente gravado na memória e, mais do que isso, na história da minha vida esportiva. Após muitos treinos, desafios, renúncias e uma paixão que nunca deixou de pulsar forte, conquistei um resultado que me enche de orgulho: fui o 4º melhor maratonista brasileiro na faixa etária de 45 a 49 anos em um ranking elaborado pelo Revista Contra Relógio dentre todas as maratonas oficiais brasileiras.

Diploma Recebido da Contra Relógio.
4º lugar dentre os 2.104 atletas que alcançaram o índice da faixa etária 45/49 anos.
Se houvesse um ranking geral, eu havia sido o 118º colocado no lugar dentre os 14.287 atletas que ingressaram no ranking.


Alcançar esse nível, em meio a tantos atletas talentosos de todo o país, é algo que ultrapassa o simples resultado. É a validação de anos de esforço silencioso, de inúmeras sessões de treinos, de correr sob sol, chuva, frio e cansaço. Mas, sempre com o coração apontando para um sonho: o de evoluir, superar limites e viver o melhor do atletismo.

Essa conquista se concretizou de forma épica na
Maratona de Jurerê, onde atingi o meu recorde pessoal na distância com o tempo de 2h37min54s. E como se não bastasse esse marco pessoal, tive a felicidade de ficar em 5º lugar geral na prova, dividindo o pódio com nomes consagrados do atletismo nacional. Um daqueles momentos raros e emocionantes em que o esforço se transforma em realização, e a superação vira celebração.

No pódio em Jurerê.
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Classificação da Maratona de Jurerê.



Esse diploma, agora eternizado na parede da minha sala, representa muito mais do que um resultado: é um símbolo de superação, paixão e da força de um sonho que se concretiza.
Sem dúvida, um capítulo inesquecível da minha história no esporte.

domingo, 14 de setembro de 2025

Corrida Nº 262 - 2ª Corrida Max Fit Academia - Corbélia-PR (31ago2025)


 A corrida sempre foi, pra mim, mais do que apenas cruzar a linha de chegada. É um desafio interno, uma conversa intensa entre o corpo e a mente — e nesse domingo, em Corbélia, eu escrevi mais um capítulo marcante da minha história como corredor.
Esse dia, foi mais do que uma corrida. Foi um duelo entre o que eu achava que não conseguiria fazer... e o que de fato eu fui lá e fiz.



Na dúvida, vá - corra.
O pódio pode estar te esperando — mesmo quando você acha que não está pronto.




Segue os dados gerais da prova:

Corrida número: 262
Nome da prova: 2ª Corrida Max Fit Academia
Cidade: Corbélia-PR
Data: Domingo, 31 de Agosto de 2025
Distância: 10kms
Tempo: 35min57seg
Média por quilômetro: 3min35seg
Classificação geral: 3º lugar
Atletas no geral: 36 atletas
Número de pódios (fora de Ubiratã): 147 pódios
Pódios por classificação geral: 66 pódios
Pódios na categoria por faixa etária: 73 pódios
Pódios em equipes e/ou duplas: 8 pódios
Número de peito: 230



As semanas que antecederam a prova foi difícil.
Vinha me recuperando de uma gripe forte e os treinos não estavam encaixando como deveriam. O corpo não respondia como eu gostaria. A vontade de competir oscilava. Cheguei a pensar em não ir. Mas a paixão por competir falou mais alto — e ainda bem que falou. Porque mesmo sem estar 100% preparado, eu fui lá e fiz acontecer. Não só corri… mas corri e conquistei mais um pódio no geral, mostrando que a garra, o coração e a experiência fazem toda a diferença quando a largada é dada.
E na verdade, quem carrega o espírito da corrida no peito não precisa de motivos, só de coragem.

E assim eu fui.
Fui mesmo sem a confiança de semanas perfeitas de treino. Fui com o que eu tinha — e mais ainda, com o que eu sou.

Acordei às 4h45 da manhã. A cidade ainda dormia, o céu ainda escuro, e eu ali, tomando o meu café (que foi apenas um pão francês com mussarela e um energil C) e preparando coração. Às 5h45, com um pequeno atraso, a Layla passou em casa já com o carro cheio de atletas e partimos rumo a Corbélia. O clima estava relativamente frio e o vento aumentava essa sensação gelada. Mas lá dentro de mim... já começava a nascer o fogo de quem estava pronto para lutar.

Chegamos com cerca de 40 minutos de antecedência para a largada. Mas, eu já fui quase pronto. Apenas troquei o tênis (peguei o adzero adios pro 3) deixei a mochila no carro do Tite, aqueci com leveza, troquei algumas palavras com os amigos — os mesmos que, como eu, vivem por essa emoção única que é o momento da largada.

Faltando poucos minutos, me alinhei perto do pórtico. Respirei fundo. Deixei o Garmin preparado, marquei mentalmente o ritmo-alvo: 3min40/km. Mas algo dentro de mim dizia: “Hoje, você vai além.”

Dada a largada - acelerei.
O corpo respondeu com uma intensidade surpreendente. Saí forte, leve, como se a falta de treinos tivesse sido apagada naqueles primeiros metros. O ritmo era ousado, mas eu deixei fluir. Hoje, o instinto ia me guiar.
Completei o primeiro km com 3min27seg.

Com o amigo Tite de Corbélia pouco depois de fechar o primeiro km.


Antes do km 2 passamos pela subida da Praça Paraguaia. E com ela, o teste. As pernas sentiram, o fôlego oscilou, mas mantive a cabeça no lugar. Eu sabia que não seria fácil. Mas também sabia que seria possível. O tempo se elevou um pouco. Fechei o km 2 com 3min45. Mas tava bem. Era o 5º geral naquele momento.

Na sequência recuperei o ritmo. Meus olhos focaram nos atletas à frente. E a diferença era pequena para os próximos dois atletas. A caça havia começado. rsrs

Pouco antes de completar o quarto quilômetro passo o quarto colocado. Poucos metros depois, assumi a terceira colocação. Mas ele veio junto. Senti sua respiração no 'cangote' (no sentido figurado, é claro. kkkk) suas passadas ecoando atrás de mim. Ele não queria me deixar escapar e a disputa foi intensa.

Passamos praticamente juntos em baixo do pórtico completando a primeira volta e aquele km foi fechado com 3min31seg e os primeiros 5kms com 18min06s e seguimos quase lado a lado por mais de um km. Mas, decidi: não deixaria aquela posição escapar por nada.
Acelerei. Forcei o ritmo, mesmo sentindo o peso da primeira metade. Mas cada dor ali era um lembrete: é isso que faz um corredor grande. A dor é o ingresso para grandes conquistas.

Fechei o sexto km com 3min25s e novamente chega a subida da Praça Paraguaia, o percurso exigia foco, e as pernas já pediam um pouco de trégua. Mas o coração dizia: “Agora é a hora de mostrar do que você é feito.”

 Ali, comecei a perceber que a terceira colocação era minha e eu ia defender — com unhas, pernas e coração. O atleta que vinha atrás já não respirava tão próximo. Cada passada minha era uma afirmação: "Eu estou aqui. Eu mereço esse lugar."
As passadas atrás começaram a sumir… o quarto colocado começou a ficar. E eu segui.

Agora, praticamente sozinho, e com boa vantagem para o quarto colocado, apenas mantive o foco e o ritmo. Sabia que o segundo colocado estava fora de alcance, mas a terceira colocação era minha.

Apenas procurei segurar o ritmo e mantive a firmeza. Não havia mais ameaças diretas, mas também não havia espaços para relaxar. Em corrida, um segundo de descuido vira uma vida inteira de arrependimento.
No último retorno, olhei o relógio e contei mentalmente: 25 segundos de vantagem. Cerca de 200 metros, aproximadamente. Mas ainda precisava selar. A cabeça firme. O foco inabalável.

Veio o km final e ali tive a certeza de que não mais perderia aquela colocação.
Mantive a concentração, resisti ao cansaço e após a última curva, ao avistar o pórtico de chegada, conferir o tempo e vi que se forçasse um pouquinho fecharia a prova abaixo dos 36 minutos.
E foi o que eu fiz - acelerei e cruzei a linha de chegada com tudo o que tinha direito. Sorriso no rosto, braços abertos, o coração explodindo de alegria no peito e aquele sentimento de que só quem corre entende: eu venci a mim mesmo. Mesmo sem os treinos ideais, mesmo com dúvidas, eu fui, me entreguei e fiz o meu melhor.
Prova completada com 35min57seg e o último km a 3min27s.

Cruzando a linha de chegada.



Trotei uns 200 metros para retomar o fôlego, mas a alma já estava em festa. Voltei e recebei minha medalha.
Logo mais, uma premiação também: R$400 reais pelo 3º lugar geral. Mas nada disso se compara à sensação de saber que mesmo sem estar no auge, eu fui gigante.

A resenha com os amigos veio, como sempre, saborosa. Risos, histórias, detalhes da prova. O pódio chegou. E com ele, mais que troféu: o reconhecimento de quem não desiste. De quem corre com coragem, não com desculpas.

Na volta, a gratidão à Erica, pela carona na volta. Também à
 Layla, pela carona na ida. E a todos que, de alguma forma, compartilham essa jornada comigo.


Porque ser um grande corredor não é só esperar pelo momento perfeito — é saber fazer do agora a sua melhor versão. 

E naquele dia, 31 de agosto de 2025, eu escrevi mais um capítulo da minha história como atleta amador.

Na dúvida, vá. Corra. Acredite. O pódio pode estar te esperando — mesmo quando você acha que não está pronto.


Segue abaixo mais algumas fotos:

Meu número.
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A camiseta da prova.
Aparentemente muito bonita, mas o material não é dos melhores.
Porém, pelo valor de 70 reais - tá de bom tamanho.
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Em mais um pódio.
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"Conquistas não caem do céu. Elas exigem muita luta, esforço e força de vontade."
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Os 5 primeiros colocados no geral do 10kms.
Até a data desta postagem a classificação completa poderia ser encontrada no site do Rodrigo Cirilo.
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Com os amigos Tite de Corbélia e Magaiwer de Ubiratã.
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Com Magaiwer e Osmir.
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Premiação recebida em Corbélia.
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Minha esposa quase completando os 5kms com o tempo de 35min24seg.