domingo, 14 de setembro de 2025

Corrida Nº 262 - 2ª Corrida Max Fit Academia - Corbélia-PR (31ago2025)


 A corrida sempre foi, pra mim, mais do que apenas cruzar a linha de chegada. É um desafio interno, uma conversa intensa entre o corpo e a mente — e nesse domingo, em Corbélia, eu escrevi mais um capítulo marcante da minha história como corredor.
Esse dia, foi mais do que uma corrida. Foi um duelo entre o que eu achava que não conseguiria fazer... e o que de fato eu fui lá e fiz.



Na dúvida, vá - corra.
O pódio pode estar te esperando — mesmo quando você acha que não está pronto.




Segue os dados gerais da prova:

Corrida número: 262
Nome da prova: 2ª Corrida Max Fit Academia
Cidade: Corbélia-PR
Data: Domingo, 31 de Agosto de 2025
Distância: 10kms
Tempo: 35min57seg
Média por quilômetro: 3min35seg
Classificação geral: 3º lugar
Atletas no geral: 36 atletas
Número de pódios (fora de Ubiratã): 147 pódios
Pódios por classificação geral: 66 pódios
Pódios na categoria por faixa etária: 73 pódios
Pódios em equipes e/ou duplas: 8 pódios
Número de peito: 230



As semanas que antecederam a prova foi difícil.
Vinha me recuperando de uma gripe forte e os treinos não estavam encaixando como deveriam. O corpo não respondia como eu gostaria. A vontade de competir oscilava. Cheguei a pensar em não ir. Mas a paixão por competir falou mais alto — e ainda bem que falou. Porque mesmo sem estar 100% preparado, eu fui lá e fiz acontecer. Não só corri… mas corri e conquistei mais um pódio no geral, mostrando que a garra, o coração e a experiência fazem toda a diferença quando a largada é dada.
E na verdade, quem carrega o espírito da corrida no peito não precisa de motivos, só de coragem.

E assim eu fui.
Fui mesmo sem a confiança de semanas perfeitas de treino. Fui com o que eu tinha — e mais ainda, com o que eu sou.

Acordei às 4h45 da manhã. A cidade ainda dormia, o céu ainda escuro, e eu ali, tomando o meu café (que foi apenas um pão francês com mussarela e um energil C) e preparando coração. Às 5h45, com um pequeno atraso, a Layla passou em casa já com o carro cheio de atletas e partimos rumo a Corbélia. O clima estava relativamente frio e o vento aumentava essa sensação gelada. Mas lá dentro de mim... já começava a nascer o fogo de quem estava pronto para lutar.

Chegamos com cerca de 40 minutos de antecedência para a largada. Mas, eu já fui quase pronto. Apenas troquei o tênis (peguei o adzero adios pro 3) deixei a mochila no carro do Tite, aqueci com leveza, troquei algumas palavras com os amigos — os mesmos que, como eu, vivem por essa emoção única que é o momento da largada.

Faltando poucos minutos, me alinhei perto do pórtico. Respirei fundo. Deixei o Garmin preparado, marquei mentalmente o ritmo-alvo: 3min40/km. Mas algo dentro de mim dizia: “Hoje, você vai além.”

Dada a largada - acelerei.
O corpo respondeu com uma intensidade surpreendente. Saí forte, leve, como se a falta de treinos tivesse sido apagada naqueles primeiros metros. O ritmo era ousado, mas eu deixei fluir. Hoje, o instinto ia me guiar.
Completei o primeiro km com 3min27seg.

Com o amigo Tite de Corbélia pouco depois de fechar o primeiro km.


Antes do km 2 passamos pela subida da Praça Paraguaia. E com ela, o teste. As pernas sentiram, o fôlego oscilou, mas mantive a cabeça no lugar. Eu sabia que não seria fácil. Mas também sabia que seria possível. O tempo se elevou um pouco. Fechei o km 2 com 3min45. Mas tava bem. Era o 5º geral naquele momento.

Na sequência recuperei o ritmo. Meus olhos focaram nos atletas à frente. E a diferença era pequena para os próximos dois atletas. A caça havia começado. rsrs

Pouco antes de completar o quarto quilômetro passo o quarto colocado. Poucos metros depois, assumi a terceira colocação. Mas ele veio junto. Senti sua respiração no 'cangote' (no sentido figurado, é claro. kkkk) suas passadas ecoando atrás de mim. Ele não queria me deixar escapar e a disputa foi intensa.

Passamos praticamente juntos em baixo do pórtico completando a primeira volta e aquele km foi fechado com 3min31seg e os primeiros 5kms com 18min06s e seguimos quase lado a lado por mais de um km. Mas, decidi: não deixaria aquela posição escapar por nada.
Acelerei. Forcei o ritmo, mesmo sentindo o peso da primeira metade. Mas cada dor ali era um lembrete: é isso que faz um corredor grande. A dor é o ingresso para grandes conquistas.

Fechei o sexto km com 3min25s e novamente chega a subida da Praça Paraguaia, o percurso exigia foco, e as pernas já pediam um pouco de trégua. Mas o coração dizia: “Agora é a hora de mostrar do que você é feito.”

 Ali, comecei a perceber que a terceira colocação era minha e eu ia defender — com unhas, pernas e coração. O atleta que vinha atrás já não respirava tão próximo. Cada passada minha era uma afirmação: "Eu estou aqui. Eu mereço esse lugar."
As passadas atrás começaram a sumir… o quarto colocado começou a ficar. E eu segui.

Agora, praticamente sozinho, e com boa vantagem para o quarto colocado, apenas mantive o foco e o ritmo. Sabia que o segundo colocado estava fora de alcance, mas a terceira colocação era minha.

Apenas procurei segurar o ritmo e mantive a firmeza. Não havia mais ameaças diretas, mas também não havia espaços para relaxar. Em corrida, um segundo de descuido vira uma vida inteira de arrependimento.
No último retorno, olhei o relógio e contei mentalmente: 25 segundos de vantagem. Cerca de 200 metros, aproximadamente. Mas ainda precisava selar. A cabeça firme. O foco inabalável.

Veio o km final e ali tive a certeza de que não mais perderia aquela colocação.
Mantive a concentração, resisti ao cansaço e após a última curva, ao avistar o pórtico de chegada, conferir o tempo e vi que se forçasse um pouquinho fecharia a prova abaixo dos 36 minutos.
E foi o que eu fiz - acelerei e cruzei a linha de chegada com tudo o que tinha direito. Sorriso no rosto, braços abertos, o coração explodindo de alegria no peito e aquele sentimento de que só quem corre entende: eu venci a mim mesmo. Mesmo sem os treinos ideais, mesmo com dúvidas, eu fui, me entreguei e fiz o meu melhor.
Prova completada com 35min57seg e o último km a 3min27s.

Cruzando a linha de chegada.



Trotei uns 200 metros para retomar o fôlego, mas a alma já estava em festa. Voltei e recebei minha medalha.
Logo mais, uma premiação também: R$400 reais pelo 3º lugar geral. Mas nada disso se compara à sensação de saber que mesmo sem estar no auge, eu fui gigante.

A resenha com os amigos veio, como sempre, saborosa. Risos, histórias, detalhes da prova. O pódio chegou. E com ele, mais que troféu: o reconhecimento de quem não desiste. De quem corre com coragem, não com desculpas.

Na volta, a gratidão à Erica, pela carona na volta. Também à
 Layla, pela carona na ida. E a todos que, de alguma forma, compartilham essa jornada comigo.


Porque ser um grande corredor não é só esperar pelo momento perfeito — é saber fazer do agora a sua melhor versão. 

E naquele dia, 31 de agosto de 2025, eu escrevi mais um capítulo da minha história como atleta amador.

Na dúvida, vá. Corra. Acredite. O pódio pode estar te esperando — mesmo quando você acha que não está pronto.


Segue abaixo mais algumas fotos:

Meu número.
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A camiseta da prova.
Aparentemente muito bonita, mas o material não é dos melhores.
Porém, pelo valor de 70 reais - tá de bom tamanho.
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Em mais um pódio.
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"Conquistas não caem do céu. Elas exigem muita luta, esforço e força de vontade."
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Os 5 primeiros colocados no geral do 10kms.
Até a data desta postagem a classificação completa poderia ser encontrada no site do Rodrigo Cirilo.
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Com os amigos Tite de Corbélia e Magaiwer de Ubiratã.
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Com Magaiwer e Osmir.
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Premiação recebida em Corbélia.
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Minha esposa quase completando os 5kms com o tempo de 35min24seg.



domingo, 7 de setembro de 2025

Corrida Nº 261 - 17º Desafio de Equipes - Cascavel-PR (03ago2025)

Nas últimas semanas, a rotina de treinos foi interrompida por uma gripe mais forte. O corpo sentia, o fôlego diminuía, e a cabeça oscilava entre o desejo de competir e a dúvida sobre o desempenho. Mas quem corre sabe: há algo dentro de nós que fala mais alto. E foi com esse espírito – de superação e entrega – que me lancei ao 17º Desafio de Equipe em Cascavel.

"Os grandes atletas não nascem prontos — eles se constroem nas quedas, nos recomeços e na coragem de tentar outra vez."



Segue os dados gerais da prova:

Corrida número: 261
Nome da prova: 17ª Desafio de Equipes
Cidade: Cascavel-PR
Data: Domingo, 03 de Agosto de 2025
Distância: 7kms
Tempo: 24min56seg
Média por quilômetro: 3min33seg
Classificação geral dentre as equipes masculinas: 12º lugar
Atletas no geral dentre as equipes masculinas: 114 atletas
Classificação da equipe: 2º lugar
Total de equipes: 19 equipes
Número de pódios (fora de Ubiratã): 146 pódios
Pódios por classificação geral: 65 pódios
Pódios na categoria por faixa etária: 73 pódios
Pódios em equipes e/ou duplas: 8 pódios
Número de peito: 582


No amanhecer do dia 3 de agosto de 2025, saí de Ubiratã ainda no escuro, às 5 da manhã, ao lado do amigo Fernando, que gentilmente me levou até Corbélia. De lá, nos juntamos com o grupo Corbélia Runners, partindo em dois carros rumo à prova em Cascavel.
Já de início quero deixar um agradecimento especial ao Marciano, que completou a gentileza nos levando até o local da corrida. Pequenos gestos que se tornam gigantes quando a jornada é compartilhada.

Chegamos ao Lago Municipal de Cascavel com cerca de 40 minutos de antecedência. Tempo suficiente para respirar o ar da competição, retirar o numeral e reencontrar amigos de outras corridas – aqueles que, como eu, fazem da estrada um altar para os seus desafios pessoais.

Com o aquecimento feito e o coração acelerado – não só pela corrida que se aproximava, mas pela emoção do momento – me posicionei o mais à frente possível no pelotão. Às 8 horas em ponto, com um clima agradável e o cenário perfeito, a largada foi dada.

Saí com cautela, como aprendi ao longo dos anos. Evitei o caos inicial e, alguns metros depois, com espaço para respirar, comecei a impor ritmo. O plano era correr com tranquilidade devido a falta de preparado adequado – Garmin ajustado para 3min40 por km – mas o corpo surpreendeu. O primeiro quilômetro? 3min25. O segundo? Também 3min25. O percurso era gentil, e por alguns instantes, parecia que tudo estava alinhado: mente, corpo e estrada.

No retorno, antes de entrar na pista que circunda o lago, encarei uma subidinha mais exigente e vi meu ritmo cair para 3min43. Já dentro do circuito plano, o cenário era ideal para acelerar, mas os poucos treinos cobraram sua conta. O cansaço veio, o fôlego faltou, e restava administrar a corrida com inteligência.

Ainda assim, ganhei mais algumas posições, e alcancei a marca dos 5km com aproximadamente 17min50. Nos quilômetros finais, sem muita reação para alcançar quem estava à frente e sem ameaça vinda de trás, mantive meu ritmo. Acelerei apenas no último quilômetro, fechando em 3min31.

Cruzei a linha de chegada com 24min56 nos 6,99km de percurso. Um tempo que, para quem vinha se recuperando e com poucos treinos, é mais que satisfatório – é motivo de orgulho. Um pace médio de 3min35, a 12ª colocação geral dentre os atletas da categoria Equipes Masculinas, e o coração leve por saber que, mesmo sendo o 6º atleta da equipe (último), contribuí para que a equipe
Edu Antunes 02 conquistasse mais uma vez o 2º lugar geral entre as equipes masculinas.

Completando os quase 7kms da prova.



A prova foi apenas parte da jornada. Depois da linha de chegada veio o melhor: a resenha com os amigos, as histórias trocadas, o sorriso de cada conquista compartilhada, fotos e o pódio para coroar mais esta competição.

Ao final de tudo, retornamos para Corbélia e de lá para Ubiratã onde passei o restinho da manhã e começo de tarde no Bar da Nena com o Fernando e o Magaiwer onde tomamos uma ou outra cerveja enquanto jogávamos um bom bingo. Não ganhamos nada. Mas, o valor por estar entre amigos, não tem nada que pague. Ao final ainda fomos para minha casa para fechar o dia com um bom vinho, amizade e gratidão.

Finalizo agradecendo ao Eduardo por mais uma vez confiar em mim e me convidar a integrar sua equipe. Obrigado também, do fundo do coração, ao Fernando e ao Marciano – vocês fizeram mais do que me levar ao local da corrida: ajudaram a carregar um sonho até a linha de largada.

Porque no fim, mais do que pace, medalha ou colocação, o que importa é ter estado lá – presente, inteiro, disposto – superando limites e vivendo intensamente cada passo da jornada.

Essa prova foi mais do que uma competição. Foi um lembrete de que, mesmo em dias difíceis, ainda temos muito a oferecer. Porque correr vai além do pace – é sobre superar, conectar e viver intensamente cada passo da jornada.


Segue abaixo algumas fotos:


Após a prova.
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Com os ubiratanenses presentes na prova.
Bruno Morita (27:26) representou a equipe do Danielzinho Nº 4 e eles ficaram na 4ª colocação geral dentre as equipes masculinas.
Fernando Matiussi (26:13) representou a equipe Corbélia Runners  e eles ficaram na 3ª colocação geral dentre as equipes masculinas.
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Equipe Edu Antunes 02 - vice-campeã geral dentre as equipes masculinas.
Tutta 24:56, Marcelo 24:02, Rodrigo 23:58, Eduardo 23:02, Douglas 24:48 e Robson 23:11.
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"O pódio não é apenas o lugar dos vencedores — é o reflexo da dedicação em cada treino, de cada dor superada, e da escolha diária de não desistir. A conquista começa muito antes da linha de chegada."
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Classificação das 3 primeiras equipes na categoria Equipes Masculinas.
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Os 15 primeiros atletas na classificação geral dentre os atletas das Equipes Masculinas.
Até a data desta postagem, a classificação geral poderia ser vista no site do Rodrigo Cirilo.
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O péssimo troféu e a medalha bem feinha do 17º Desafio de Equipes.
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Atletas da equipe Edu Antunes.
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domingo, 31 de agosto de 2025

Corrida Nº 260 - 27ª Maratona Internacional de Blumenau - Blumenau-SC (06jul2025)

Maratona de Blumenau – A Superação Vai Além dos Treinos

Nem sempre a jornada começa com a confiança no auge. E foi assim que embarquei rumo a Blumenau: sem a preparação ideal, mas com a coragem de quem sabe que a verdadeira força nasce da
determinação.

"Entre sacrifícios, imprevistos, sem a preparação ideal e com superação, cruzei a linha de chegada da minha 42ª maratona."



Segue os dados gerais da prova:

Corrida número: 260
Nome da prova: 27ª Maratona Internacional de Blumenau
Cidades: Blumenau-SC
Data: Domingo, 06 de Julho de 2025
Distância: 42,2kms
Tempo: 2h49min28seg
Média por quilômetro: 4min01seg
Classificação geral: 15º lugar
Atletas no total geral: 230 atletas concluintes
Classificação na categoria por faixa etária (45/49): 2º lugar
Atletas na faixa etária: 39 atletas
Número de pódios (fora de Ubiratã): 145 pódios
Pódios por classificação geral: 65 pódios
Pódios na categoria por faixa etária: 73 pódios
Pódios em equipes e/ou duplas: 7 pódios
Número de peito: 4332


Quando confirmei minha participação na prova, não me dei conta de que a data da viagem cairia justamente no aniversário da minha esposa — uma daquelas coincidências que colocam nosso coração em conflito. Com tudo já pago, a decisão foi difícil. Mas fui. E ao retornar, celebramos como se o tempo tivesse parado — com ainda mais intensidade e amor.

A maratona começou bem antes da largada. 
No dia 4 de julho de 2025, trabalhei de manhã e, ao chegar em casa para o almoço, literalmente corri contra o tempo: banho, comida, mochila pronta e rumo à rodoviária. Cheguei com cinco minutos de antecedência ao horário previsto de saída do ônibus da empresa Penha — que, como de costume, atrasou.

Saí de Ubiratã às 12h45 e cheguei em Cascavel por volta das 15h. Com tempo livre até as 19h, decidi ir ao centro, visitar a Catedral Nossa Senhora Aparecida. Mas no caminho, mudei o plano e segui direto ao Ginásio Ciro Nardi, ponto de encontro com a turma da corrida.

Ali, fiz uma pausa na pastelaria Mello, onde assisti ao Fluminense vencer nas quartas de final do Mundial de Clubes da FIFA.
Vitória brasileira, energia renovada.
Depois, fui até o ponto de embarque, que era ali do lado e, como ainda era cedo, aproveitei para assistir a um treino de vôlei feminino no ginásio. Uma pausa inspiradora antes de mais uma jornada longa e difícil.

A galera chegou, embarcamos às 19h40, e seguimos em viagem rumo ao Estado de Santa Catarina onde sempre tenho excelentes resultados.
Foram horas cansativas até Blumenau, onde chegamos por volta das 9h30 da manhã. Fomos direto retirar os kits, aguardamos o almoço, e só às 13h conseguimos ir ao hotel.

Na retirada do kit.


Optei por descansar após o check-in no hotel — ou ao menos tentei.
Primeiro, PSG em campo. Depois, Real Madrid. Mundial de Clubes. Futebol é paixão, mas o descanso ficou comprometido. À noite, apenas um lanche leve e a intenção de dormir cedo... Que virou realidade só por volta da meia-noite. E às 4h15 da manhã, o despertador mental já estava de pé.

Levantei de vez às 4h30, tomei café e às 5h saí rumo à largada, acompanhado pelo Sidney.
A temperatura estava ideal, cerca de 12º a 13ºC. O percurso? Quase todo plano. Um prato cheio para voar — se eu estivesse melhor treinado, é claro. Mas a cabeça estava firme. O coração também. E às vezes, isso é tudo que a gente precisa.

Ao chegar na arena, a simplicidade da estrutura me surpreendeu, especialmente para uma prova em sua 27ª edição.
Pouco antes da largada deixei meus pertences no guarda-volumes, fiz um rápido aquecimento e às 6h em ponto, com o céu ainda escuro, a maratona começou.

No começo, tudo fluía bem. Ritmo abaixo dos 4min/km. Mas por volta do km 5, meu Garmin começou a alertar frequência cardíaca elevada. Achei estranho, pois me sentia bem. Mesmo assim, resolvi reduzir o ritmo. Os alertas continuavam, vibrando a cada minuto. Cheguei a pensar em correr com o relógio na mão para não me desconcentrar. Coisas de corredor. rsrs

Passei os 10km com 38min30 e continuei dosando o ritmo. No km 15, marquei 58min40. Sem desconforto, só o Garmin insistindo. A essa altura, eu já estava administrando: o relógio vibrava, mas minha vontade falava mais alto.

Infelizmente, a GoPro falhou e perdi a marca dos 21km quando fechava a primeira volta. Mas sei que passei com menos de 1h24. Sabia que se mantivesse aquele ritmo, a sub-3h estaria garantida. E, como um presente do destino, após a meia-maratona o Garmin parou de vibrar. Corri em paz, focado apenas em seguir em frente.

O cansaço, claro, apareceu. Viagem longa, pouco descanso, treinos escassos... E os kms começaram a pesar, especialmente depois do km 30. Os tempos subiram. Todos os kms dali pra frente saíram acima dos 4 minutos, mas eu não desanimei. Na verdade, foi aí que entrei no modo guerreiro.

De olhos fechados, mas concentrado em cruzar a linha de chegada.


Mais falhas da GoPro e perdi várias imagens e os registros na passagem dos kms 25, 30 e 35. Mas, aos 37km, o registro marcava 2h27min35. Já era pura resistência. Cada passo um desafio, cada quilômetro uma conquista. E ali, mesmo exausto, mantive o foco. Sabia que estava perto. Sabia que ia dar.

Quando cheguei no km 41, com pouco mais de 2h44, respirei fundo. Era a reta final. Era o último quilômetro da minha 42ª maratona. E mais uma vez, abaixo das 3 horas - a 24ª.

Mantive a passada, seguir firme e cruzei a linha de chegada com o coração cheio de alegria, a alma leve e um tempo oficial de
2h49min28s. 15º geral. 2º na categoria. Um resultado bastante satisfatório.

Completando a minha 42ª Maratona.
Quem quiser assistir, tem um pequeno vídeo lá no YouTube.



Apenas quero deixar registrado alguns pontos negativos da prova (sem isotônico, frutas verdes, demora na premiação e troféus sem as etiquetas marcando a distância, a colocação e a categoria).
O clima e o percurso são perfeitos. E com alguns bons ajustes, dá até pra voltar nos próximos anos. Do contrário, fica meio difícil. rsrs

Após a longa espera da premiação, subi ao pódio, recebi meu troféu e voltei correndo ao hotel. Reencontrei o pessoal da Força Runners Viagens Esportivas, almoçamos e logo partimos de volta. Chegamos em Cascavel por volta das 4h da manhã. De lá, segui direto à rodoviária e peguei uma carona no BlaBlaCar de volta a Ubiratã.

E antes de encerrar, deixo aqui minha gratidão especial ao
Carlos, que mais uma vez organizou tudo com maestria e ainda me presenteou com a cortesia da inscrição. Sem ele, essa história não seria completa.
Obrigado Carlos.


Porque maratona é isso: corpo, mente, sacrifício e superação.

Mesmo sem o melhor dos treinos, mesmo sem descanso ideal, mesmo com desafios no caminho — o que importa é nunca deixar de acreditar.
A linha de chegada é a recompensa de quem ousa continuar.


Segue abaixo mais algumas fotos:

Meu numeral e desta vez representando a equipe Força Runners do amigo Carlos.
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O kit da prova.
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Com o Schmidt na Vila Germânica.
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Durante a prova.
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Após completar a prova.
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Com o amigo Celio Roberto que completou em Blumenau a sua 111ª maratona.
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Tá feita a maratona 42.
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Aguardando a demorada premiação com os amigos Didio e Schimidt.
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Recebendo a premiação de 5º Lugar como maior equipe: Equipes Cascavel de Corredores.
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Enfim o pódio da categoria 45/49 anos. E pela primeira vez com o amigo Célio Roberto (3º) no mesmo pódio e devido a demora, o pódio ficou sem o campeão e o 4º colocado.
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Os 5 primeiros colocados da faixa etária 45/49 anos.
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"Fui sem grandes expectativas.
Desafiei a lógica.
Corri com o coração.
Mas voltei transbordando de orgulho e mais um pódio!"
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Os 15 primeiros colocados nos 42kms masculino.
Até a data desta postagem a classificação completa poderia ser acessada no site da ChipRun.
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Embarcando com a Equipe de Corredores de Cascavel para mais uma competição.
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Troféu, medalha e número da prova.
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No ônibus ajudando a presentear o Carlos com alguns 'mimos' de Blumenau.
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"Mesmo sem o melhor dos treinos, mesmo sem descanso ideal, mesmo com desafios no caminho — o que importa é nunca deixar de acreditar. A linha de chegada recompensa quem ousa continuar. Que venha as próximas - porque eu já nasci pronto!"
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domingo, 24 de agosto de 2025

Corrida Nº 259 - 16ª Meia Maratona das Cataratas - Foz do Iguaçu-PR (18mai2025)

No dia 17 de maio de 2025, seguia para uma das experiências mais marcantes da minha trajetória como corredor. Embarquei junto com minha esposa em uma jornada que foi muito além dos 21 quilômetros da prova — uma viagem que ficará eternamente registrada no coração e na minha memória.

"Cruzar mais uma vez a linha de chegada da Meia Maratona das Cataratas, e desta vez, como vice-campeão geral, foi mais que uma conquista — foi a prova de que sonho, esforço e persistência constroem momentos inesquecíveis. É um marco impagável na minha vida como corredor amador. E isso com certeza só me inspira a seguir sempre em frente, buscando o meu melhor a cada passo."



Segue os dados gerais da prova:

Corrida número: 259
Nome da prova: 16ª Meia Maratona das Cataratas
Cidades: Foz do Iguaçu-PR
Data: Domingo, 18 de Maio de 2025
Distância: 21,1kms
Tempo: 1h14min52seg
Média por quilômetro: 3min32seg
Classificação geral: 2º lugar
Atletas no total geral: 770 atletas concluintes
Número de pódios (fora de Ubiratã): 144 pódios
Pódios por classificação geral: 65 pódios
Pódios na categoria por faixa etária: 72 pódios
Pódios em equipes e/ou duplas: 7 pódios
Número de peito: 21236


Tudo começou na rodoviária de Ubiratã, onde às 12h20 embarcamos (minha esposa e eu) no ônibus da Viação Penha rumo a Foz do Iguaçu. Foram pouco mais de quatro horas de viagem até nosso destino, com chegada por volta das 16h30.
Assim que desembarcamos, pegamos um Uber direto para o Hotel Colonial, local onde nos hospedamos.

Como era bem perto, depois do check-in, sem perder tempo, fomos a pé até o Centro de Visitantes do Parque Nacional do Iguaçu para a retirada do meu kit de corrida e já aproveitamos e compramos o bilhete de acompanhante para que minha esposa pudesse entrar no parque no dia seguinte.

Já na retirada do kit, sentia que o clima já começava a me envolver naquela atmosfera mágica e energia de prova importante que só quem participa de uma corrida consegue entender.
Kit em mãos, voltamos ao hotel para deixá-lo no quarto e, pouco depois, partimos para o Shopping Palladium. Lá, jantamos e finalizamos a noite com um delicioso sorvete de açaí — meu ritual pré-prova favorito. rsrs

Voltamos por volta das 21h30 e, conscientes da importância do dia seguinte, dormimos cedo e às 04h30 da manhã, despertamos. Minha esposa desceu para o café da manhã do hotel, enquanto eu segui meu ritual tradicional e comi os lanches que havia levado comigo.

Pouco depois, fomos novamente a pé até o Centro de Visitantes, de onde partiram os ônibus que levavam os atletas até o local da largada, no Porto Canoas, bem próximo das deslumbrantes Cataratas do Iguaçu. A fila de carros estava enorme, e o número de pessoas era impressionante, mas o embarque foi bem organizado e rápido. Chegamos no local da largada por volta das 6h30 — ainda escuro — e aproveitamos para dar um rápido ''pulo'' até as cataratas antes da largada.
A energia do lugar e o barulho da água caindo das quedas já começava a alimentar minha alma e me davam aquela injeção de ânimo e motivação que eu precisava para superar limites.

Com minha esposa lá nas cataratas momentos antes da largada.


Pouco antes das 08h00, deixei meus pertences com minha esposa, fiz um rápido aquecimento e segui para a largada. O tiro inicial foi pontual: 08h00 em ponto.

A princípio eu, o Luciano de Foz e o Gilmar de Marechal, éramos os melhores ali na largada, pois o campeão e o vice do ano anterior não estavam presentes e entre os comentários de alguns amigos despontávamos como favoritos. Porém, logo nos primeiros metros, um atleta desconhecido saiu em um ritmo fortíssimo. Apenas o Luciano tentou acompanhá-lo por alguns metros e eu nem quis arriscar. kkkk
Mas, logo o pelotão se estabilizou e o cara foi abrindo vantagem sobre nós três.

Como a largada é em subida, procurei não me esforçar muito e me contive no ritmo planejado e completei o primeiro quilômetro com 3min41seg enquanto o primeiro colocado já estava a mais de 200 metros a nossa frente.

Pouco após a largada ainda com o Luciano de Foz na liderança.
Mas, o Jonilson, estava "colado" atrás dele. Se reparar bem, vemos apenas um pé dele aparecendo do lado da perna do Luciano.


Nos quilômetros seguintes, mantive uma sequência forte de três quilômetros abaixo de 3min40seg e, ao chegar no km 4, ultrapassei o Luciano e me aproximei do Gilmar que já havia desgarrado um pouquinho da gente.
Ele seguia mantendo cerca de 10 metros de distância e fui em busca até que encostei nele e segui lado a lado por vários quilômetros.

Lado a lado com o Gilmar pouco antes do retorno nos 10,5km.


Apesar das subidas constantes no percurso, elas não impediram que eu seguisse firme e o ritmo se manteve forte e constante. Completei os 10 km com 35min47seg e cheguei ao ponto de retorno, no km 10,5 com 37min47seg e ali já assumia a vice-liderança da prova.

Foi nesse momento que a mágica aconteceu. O cansaço que começava a pesar, sumiu e deu lugar à adrenalina. Não sei de onde tirei forças, mas me vi acelerando com determinação e quando comecei a cruzar com os corredores do outro lado da pista, os gritos de incentivo foram como combustível. — era como se cada palavra empurrasse meu corpo para frente.

Aquela multidão de amigos e desconhecidos me fez esquecer qualquer dor ou cansaço.
Sentia-me feliz e forte ao mesmo tempo. Sentia-me como um verdadeiro corredor de elite. Sem o ser.
Me sentia realizado e orgulhoso de mim mesmo. Me sentia verdadeiramente pertencente ao universo dos grandes corredores de elite. Apesar de ser um mero atleta amador que precisa trabalhar duro no ramo da construção civil.

Sou um atleta que, infelizmente, não recebe nenhum reconhecimento na minha cidade por parte dos que têm o poder de oferecer apoio. Mas ali, naquele momento, eu era aplaudido, reconhecido, admirado.
Recebia um apoio espontâneo, e o carinho de pessoas que talvez nem sabiam meu nome, mas sentiam minha entrega. E isso me fez ir além. Aquilo me moveu. Foi o combustível necessário para tirar toda a dor e cansaço e impulsionar minhas pernas até a linha de chegada.

Seguia firme, forte, focado e muito feliz e cada vez mais concentrado. A prova estava sendo a melhor da minha vida ali nas cataratas - não em termos de tempo, mas de emoção, entrega e resultado.

No último quilômetro passamos em frente as imponentes quedas d'água. Dali era só descer, subir uma última rampinha e descer novamente e ali voei, literalmente, e cheguei para cruzar a linha de chegada como vice-campeão geral da 16ª Meia Maratona das Cataratas. E não foi qualquer vice-campeonato. Completei a prova em 1h14min52seg, com sprint negativo, ou seja, corri a segunda metade mais rápido do que a primeira — algo que raramente consigo. — cheguei a apenas 35 segundos acima do meu recorde pessoal conquistado ali mesmo em 2011.
Um feito fantástico e jamais imaginado conquistar na minha carreira.

Penúltima descidinha antes da linhas de chegada.


E tudo isso graças a minha dedicação aos treinos e também graças ao apoio de todos e à energia que senti naquele percurso mágico. Parecia que não existiam dificuldades... embora elas estivessem lá — principalmente a última subida, uma rampa íngreme. Ali senti bastante, mas subi com força e garra de um verdadeiro herói e ao vencê-la, veio a descida final, e eu literalmente voei rumo à linha de chegada onde cruzei com um sorriso imenso e o coração cheio de emoção.

Completando pela 11ª vez a Meia Maratona das Cataratas. Mas, desta vez como Vice Campeão Geral.


O momento mais especial, no entanto, foi reencontrar minha esposa logo após cruzar a linha. Ela esteve ali o tempo todo, como sempre, ao meu lado, acreditando, torcendo, me apoiando. E isso fez toda a diferença. E esse momento, sem dúvida, foi o mais especial da prova. Dividir essa conquista com quem sempre esteve ao meu lado foi a cereja do bolo.

A consagração veio com o pódio. Ser aclamado por uma multidão no encerramento de uma prova tão emblemática como essa é algo que vou guardar para sempre. Foi mágico poder viver tudo aquilo, naquele dia. Um momento único. Impossível descrever com palavras.

Só pra constar quero dizer que não houve premiação em dinheiro, mas este ano (2025) a Olympikus, patrocinadora oficial, prometeu um par de tênis para os cinco primeiros colocados no geral — que, até o momento desta postagem (24/08/2025 - quase 3 meses e meio depois) ainda não havia sido entregue.

EDITADO EM 26 DE AGOSTO DE 2025 - TÊNIS RECEBIDO



E assim finalizamos nossa jornada com o coração leve e a bagagem um pouco mais pesada — por causa do troféu, claro! rsrs

Após o retorno ao hotel, fizemos o check’out e seguimos para a rodoviária e embarcamos para casa onde chegamos por volta das 19h, trazendo na mala mais do que uma conquista: uma memória eterna, uma prova superada com garra. Uma vitória da alma e da paixão que tenho pela corrida.


Quero finalizar agradecendo especialmente ao meu patrocinador: Postos BCA do amigo José Bocalon que está sempre me apoiando e acreditando no meu potencial.
Muito obrigado.


Segue abaixo mais algumas fotos:

Antes da prova nas cataratas.
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Perfilado para a largada.
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Após a largada com o Luciano liderando, mas com o segundo colocado escondido atrás dele.
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Com uns 500 metros de prova empatado em 3º lugar com o Gilmar e o Ezequiel.
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Vencendo mais um das inúmeras subidas do percurso.
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Passando em frente as quedas d'água.
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Descidinha após o Hotel das Cataratas.
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Literalmente voando após o km 20.
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Quase completando de braços abertos e alegria estampada no rosto.
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Completando a minha 11ª Meia das Cataratas com apenas 35 segundos acima do Recorde Pessoal, mas desta vez com a melhor colocação dentre todas as participações - VICE CAMPEÃO GERAL.
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Chegada.
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Após a prova.
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Infelizmente esqueci o nome do atleta, mas ele veio ao final da prova conversar comigo e disse que me segue nas redes sociais e que fui inspiração pra ele começar a correr.
Fico feliz e torço para que nunca desista. Mesmo sabendo que não é fácil, mas com foco, determinação e disciplina a gente vence.
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Pódio geral da 16ª Meia Maratona das Cataratas.
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 Os 10 primeiros colocados no geral masculino.
Até a data desta postagem a classificação completa poderia ser acessada no site da Four Eventos Esportivos.
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Após a premiação lá nas cataratas.
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Com a galera de Ubiratã.
Vitor, ??? e Hilan.
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Com minha torcedora número 1.
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Largada.
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 Chegada.
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Chegada.
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