A corrida sempre foi, pra mim, mais do que apenas cruzar a linha de chegada. É um desafio interno, uma conversa intensa entre o corpo e a mente — e nesse domingo, em Corbélia, eu escrevi mais um capítulo marcante da minha história como corredor.
Esse dia, foi mais do que uma corrida. Foi um duelo entre o que eu achava que não conseguiria fazer... e o que de fato eu fui lá e fiz.
Segue os dados gerais da prova:
Corrida número: 262
Nome da prova: 2ª Corrida Max Fit Academia
Cidade: Corbélia-PR
Data: Domingo, 31 de Agosto de 2025
Distância: 10kms
Tempo: 35min57seg
Média por quilômetro: 3min35seg
Classificação geral: 3º lugar
Atletas no geral: 36 atletas
Número de pódios (fora de Ubiratã): 147 pódios
Pódios por classificação geral: 66 pódios
Pódios na categoria por faixa etária: 73 pódios
Pódios em equipes e/ou duplas: 8 pódios
Número de peito: 230
As semanas que antecederam a prova foi difícil.
Vinha me recuperando de uma gripe forte e os treinos não estavam encaixando como deveriam. O corpo não respondia como eu gostaria. A vontade de competir oscilava. Cheguei a pensar em não ir. Mas a paixão por competir falou mais alto — e ainda bem que falou. Porque mesmo sem estar 100% preparado, eu fui lá e fiz acontecer. Não só corri… mas corri e conquistei mais um pódio no geral, mostrando que a garra, o coração e a experiência fazem toda a diferença quando a largada é dada.
E na verdade, quem carrega o espírito da corrida no peito não precisa de motivos, só de coragem.
E assim eu fui.
Fui mesmo sem a confiança de semanas perfeitas de treino. Fui com o que eu tinha — e mais ainda, com o que eu sou.
Acordei às 4h45 da manhã. A cidade ainda dormia, o céu ainda escuro, e eu ali, tomando o meu café (que foi apenas um pão francês com mussarela e um energil C) e preparando coração. Às 5h45, com um pequeno atraso, a Layla passou em casa já com o carro cheio de atletas e partimos rumo a Corbélia. O clima estava relativamente frio e o vento aumentava essa sensação gelada. Mas lá dentro de mim... já começava a nascer o fogo de quem estava pronto para lutar.
Chegamos com cerca de 40 minutos de antecedência para a largada. Mas, eu já fui quase pronto. Apenas troquei o tênis (peguei o adzero adios pro 3) deixei a mochila no carro do Tite, aqueci com leveza, troquei algumas palavras com os amigos — os mesmos que, como eu, vivem por essa emoção única que é o momento da largada.
Faltando poucos minutos, me alinhei perto do pórtico. Respirei fundo. Deixei o Garmin preparado, marquei mentalmente o ritmo-alvo: 3min40/km. Mas algo dentro de mim dizia: “Hoje, você vai além.”
Dada a largada - acelerei.
O corpo respondeu com uma intensidade surpreendente. Saí forte, leve, como se a falta de treinos tivesse sido apagada naqueles primeiros metros. O ritmo era ousado, mas eu deixei fluir. Hoje, o instinto ia me guiar.
Completei o primeiro km com 3min27seg.
Antes do km 2 passamos pela subida da Praça Paraguaia. E com ela, o teste. As pernas sentiram, o fôlego oscilou, mas mantive a cabeça no lugar. Eu sabia que não seria fácil. Mas também sabia que seria possível. O tempo se elevou um pouco. Fechei o km 2 com 3min45. Mas tava bem. Era o 5º geral naquele momento.
Na sequência recuperei o ritmo. Meus olhos focaram nos atletas à frente. E a diferença era pequena para os próximos dois atletas. A caça havia começado. rsrs
Pouco antes de completar o quarto quilômetro passo o quarto colocado. Poucos metros depois, assumi a terceira colocação. Mas ele veio junto. Senti sua respiração no 'cangote' (no sentido figurado, é claro. kkkk) suas passadas ecoando atrás de mim. Ele não queria me deixar escapar e a disputa foi intensa.
Passamos praticamente juntos em baixo do pórtico completando a primeira volta e aquele km foi fechado com 3min31seg e os primeiros 5kms com 18min06s e seguimos quase lado a lado por mais de um km. Mas, decidi: não deixaria aquela posição escapar por nada.
Acelerei. Forcei o ritmo, mesmo sentindo o peso da primeira metade. Mas cada dor ali era um lembrete: é isso que faz um corredor grande. A dor é o ingresso para grandes conquistas.
Fechei o sexto km com 3min25s e novamente chega a subida da Praça Paraguaia, o percurso exigia foco, e as pernas já pediam um pouco de trégua. Mas o coração dizia: “Agora é a hora de mostrar do que você é feito.”
Ali, comecei a perceber que a terceira colocação era minha e eu ia defender — com unhas, pernas e coração. O atleta que vinha atrás já não respirava tão próximo. Cada passada minha era uma afirmação: "Eu estou aqui. Eu mereço esse lugar."
As passadas atrás começaram a sumir… o quarto colocado começou a ficar. E eu segui.
Agora, praticamente sozinho, e com boa vantagem para o quarto colocado, apenas mantive o foco e o ritmo. Sabia que o segundo colocado estava fora de alcance, mas a terceira colocação era minha.
Apenas procurei segurar o ritmo e mantive a firmeza. Não havia mais ameaças diretas, mas também não havia espaços para relaxar. Em corrida, um segundo de descuido vira uma vida inteira de arrependimento.
No último retorno, olhei o relógio e contei mentalmente: 25 segundos de vantagem. Cerca de 200 metros, aproximadamente. Mas ainda precisava selar. A cabeça firme. O foco inabalável.
Veio o km final e ali tive a certeza de que não mais perderia aquela colocação.
Mantive a concentração, resisti ao cansaço e após a última curva, ao avistar o pórtico de chegada, conferir o tempo e vi que se forçasse um pouquinho fecharia a prova abaixo dos 36 minutos.
E foi o que eu fiz - acelerei e cruzei a linha de chegada com tudo o que tinha direito. Sorriso no rosto, braços abertos, o coração explodindo de alegria no peito e aquele sentimento de que só quem corre entende: eu venci a mim mesmo. Mesmo sem os treinos ideais, mesmo com dúvidas, eu fui, me entreguei e fiz o meu melhor.
Prova completada com 35min57seg e o último km a 3min27s.
Trotei uns 200 metros para retomar o fôlego, mas a alma já estava em festa. Voltei e recebei minha medalha.
Logo mais, uma premiação também: R$400 reais pelo 3º lugar geral. Mas nada disso se compara à sensação de saber que mesmo sem estar no auge, eu fui gigante.
A resenha com os amigos veio, como sempre, saborosa. Risos, histórias, detalhes da prova. O pódio chegou. E com ele, mais que troféu: o reconhecimento de quem não desiste. De quem corre com coragem, não com desculpas.
Na volta, a gratidão à Erica, pela carona na volta. Também à Layla, pela carona na ida. E a todos que, de alguma forma, compartilham essa jornada comigo.
Porque ser um grande corredor não é só esperar pelo momento perfeito — é saber fazer do agora a sua melhor versão.
E naquele dia, 31 de agosto de 2025, eu escrevi mais um capítulo da minha história como atleta amador.
Na dúvida, vá. Corra. Acredite. O pódio pode estar te esperando — mesmo quando você acha que não está pronto.
Segue abaixo mais algumas fotos:
Meu número...
A camiseta da prova.
Aparentemente muito bonita, mas o material não é dos melhores.
Porém, pelo valor de 70 reais - tá de bom tamanho...
Em mais um pódio...
"Conquistas não caem do céu. Elas exigem muita luta, esforço e força de vontade."
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Os 5 primeiros colocados no geral do 10kms.
Até a data desta postagem a classificação completa poderia ser encontrada no site do Rodrigo Cirilo.
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Aparentemente muito bonita, mas o material não é dos melhores.
Porém, pelo valor de 70 reais - tá de bom tamanho.
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Até a data desta postagem a classificação completa poderia ser encontrada no site do Rodrigo Cirilo.
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