... Postagem atrasada ...
Coração acelerado, orgulho estampado no rosto e a certeza de que aquele dia vai ficar eternamente guardado na memória. Assim foi minha participação na primeira corrida oficial de rua da minha querida cidade natal: Ubiratã.
Segue os dados gerais da prova:
Corrida número: 253
Nome da prova: 1ª Ubiratã Night Run
Cidade: Ubiratã-PR
Data: Sábado, 22 de Março de 2025
Distância: 4,96kms
Tempo: 16min31seg
Média por quilômetro: 3min19seg
Classificação geral: 5º lugar
Atletas no geral: 115 concluintes
Número de pódios (fora de Ubiratã): 139 pódios
Pódios por classificação geral: 61 pódios
Pódios na categoria por faixa etária: 71 pódios
Pódios em equipes e/ou duplas: 7 pódios
Número de peito: 332
Curioso como a vida às vezes muda os planos, e tudo se encaixa como tem que ser. Eu não iria participar da prova. Meu foco, por meses, estava na Maratona de Marília. Desde dezembro de 2024, inscrição feita, hotel reservado, treinos direcionados… tudo pronto. Mas, a poucos dias do evento, a notícia: adiamento da prova. Na hora, veio aquela frustração, mas logo entendi que talvez o destino estivesse me preparando para algo ainda mais especial.
Com as inscrições da 1ª Ubiratã Night Run já encerradas, fui atrás de uma última esperança. Conversei com o amigo Ezequiel, um dos organizadores, e para minha felicidade ele conseguiu uma vaga de cortesia na distância de 5km. Não pensei duas vezes. Aceitei no ato. Afinal, correr pelas ruas onde cresci, onde construí tantas histórias, era um privilégio que eu não podia deixar escapar.
Mesmo sem estar treinando especificamente para provas curtas, sabia que o coração e a vontade iriam me levar longe.
Na noite do evento, o amigo Fernando veio me buscar em casa. Chegamos na Praça Horácio José Ribeiro, ao lado da prefeitura, com tempo de sobra para aquele clima gostoso de prova: reencontrar amigos, compartilhar dicas e sentir a energia da cidade pulsando diferente. Era mais que uma corrida, era um marco histórico para Ubiratã.
Inicialmente, pensei em registrar o momento com a câmera, mas o foco falou mais alto. Deixei o equipamento no lanche do Alemão. Era noite de dar o meu melhor, de correr leve, de honrar minha cidade — e, quem sabe, buscar um lugar no pódio geral. A responsabilidade de correr em casa era enorme, e a vontade de fazer bonito, maior ainda.
Às 19h03, mais de 400 atletas partiram pelas ruas de Ubiratã. O início foi tumultuado, ruas estreitas, muita gente, curvas logo nos primeiros metros. Larguei com cautela, mas em poucos segundos o instinto competitivo falou mais alto. Primeiro quilômetro em 3min14seg, e segui firme, embalado pelo calor humano da minha cidade.
Foi simplesmente emocionante. A cada rua, a cada esquina, pessoas conhecidas, amigos, familiares, gritando meu nome, incentivando, vibrando. Me senti abraçado pela cidade, e aquilo me deu forças extras.
Lá pela rotatória da Avenida dos Pioneiros, fiz o primeiro retorno e contei os atletas à frente: 10 no total, sendo 5 da prova de 5km. O Reinaldo, 4º colocado, estava ali, ao alcance. A cada passada, eu ganhava terreno, mas a disputa foi dura. Só consegui ultrapassá-lo quando já estávamos na Avenida Brasil. Por volta do km 3.
Mas a prova me exigia mais do que força nas pernas. Depois do km 3,5, meu relógio começou a vibrar, avisando: batimento cardíaco elevado. Precisava me controlar. Não podia exagerar, mas também não podia vacilar — o Reinaldo e outro atleta estavam na cola. O pódio geral estava em jogo.
No último retorno, um pequeno erro de percurso de alguns atletas trouxe tensão ao momento. Mesmo alertando sobre o trajeto correto, seguimos todos juntos, evitando confusão, mantendo o foco naquilo que realmente importava: cruzar a linha de chegada.
Veio então o trecho mais desafiador: a famosa Subida da Vencedora, já no quilômetro final. As pernas ardiam, o coração disparava, o Garmin continuava “gritando” no pulso. Reduzi o esforço o quanto foi possível, mas segui firme e determinado em cruzar aquela linha de chegada.
Curva a esquerda, entrei na Avenida Nilza, depois virei à direita na Rua Brasília, e ali, com a energia do público me carregando, cruzei a linha de chegada - 4,96km percorridos em 16min31seg, conquistando o 5º lugar geral, quase batendo meu melhor tempo nos 5km.
Mas, o que tornou aquela noite inesquecível, foi o que veio depois. Entre tantos rostos conhecidos, vi minha esposa na linha de chegada, me esperando. Ela que, mesmo com planos de sair para um show com seu filho, decidiu ficar para me apoiar. Aquela surpresa foi o troféu mais valioso do dia.
E a comemoração continuou. Amigos, fotos, abraços, sorrisos e aquela sensação indescritível de ser reconhecido e aplaudido pelas ruas onde cresci.
Mas o auge… o auge veio no pódio. Quando chamaram meu nome, um coro ecoou pela praça: todos gritando meu nome. Precisei me conter, engolir o nó na garganta. Foi impossível não me emocionar. Não gravei aquele momento, mas não precisava: as imagens e sentimentos ficaram gravados na alma e no coração eternamente.
Talvez, mesmo que eu tivesse ido para Marília e vencido aquela maratona, eu não teria experimentado a felicidade e o orgulho que senti ali. Correr em casa, ser abraçado pela minha cidade e conquistar meu espaço foi, sem dúvidas, uma das maiores vitórias da minha vida.
Segue abaixo algumas fotos:
Com as amigas gêmeas - Carla (24'53) e Camila (48'55). Ou seria Camila e Carla.
Não consigo identificar. rsrs
Camila venceu sua categoria nos 10kms e a Carla ficou em 3º lugar na sua categoria nos 5kms.
Até a data desta postagem a classificação completa poderia ser acessada no site foureventos.
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