Depois de um dia onde passei horas e horas diante da tela de um computador, tentando uma vaga na tão sonhada centésima edição da Corrida Internacional de São Silvestre, enfrentando falhas no site, lentidão, estresse. Segui para mais uma competição.
Mas, como quem carrega no peito a paixão pela corrida e o compromisso com o próprio desempenho, ainda encontrei forças para calçar o tênis e encarar esse desafio: na segunda etapa da Corrida das Flores, em Corbélia.
Mesmo exausto, eu fui.
Mesmo sem forças, eu corri.
E quando achei que não dava mais… dei o meu melhor.
Mesmo sem forças, eu corri.
E quando achei que não dava mais… dei o meu melhor.
Segue os dados gerais da prova:
Corrida número: 263
Nome da prova: 2ª Etapa da Corrida Noturna das Flores
Cidade: Corbélia-PR
Data: Quinta-feira, 25 de Setembro de 2025
Distância: 12kms (que na verdade deu 11,65kms
Tempo: 41min28seg
Média por quilômetro: 3min33seg
Classificação geral: 2º lugar
Atletas no geral: 24 atletas
Número de pódios (fora de Ubiratã): 148 pódios
Pódios por classificação geral: 67 pódios
Pódios na categoria por faixa etária: 73 pódios
Pódios em equipes e/ou duplas: 8 pódios
Número de peito: 123
Naquele dia, tudo parecia dizer: “Hoje não.”
Minha mente estava em frangalhos, e meu corpo… nem se fala.
Trabalhar na construção civil e ainda treinar para buscar performance em corrida, não é nada fácil. Sem contar a raiva que eu estava por quase não conseguir me inscrever na 100ª São Silvestre.
E ainda me recuperava de um pedal insano no fim de semana anterior: a Romaria dos Ciclistas de Corbélia ao Santuário de Nossa Senhora da Salette em Braganey e depois o pedal de Braganey para Ubiratã. Foram quase 110 km pedalando com vento contra e mais de 1.700 metros de altimetria, e mesmo duas sessões de banho de gelo não deram conta do estrago. Eu estava desgastado, esgotado, quebrado - literalmente.
E mesmo assim… eu fui.
Às 17h45 saí de casa e me juntei ao Magaiwer, ao Riki, à Rafaela e ao Fernando Matiussi na loja de materiais de Construção - Cical e saímos por volta das 18h10.
Fomos até Corbélia, com Fernando no volante e o amigo Tite, que mora em Corbélia, já havia garantido os nossos kits. Era como se tudo estivesse conspirando para facilitar o caminho até a largada — o que eu faria a partir dali, era comigo.
Ritual de sempre: peguei o kit, aqueci leve, ajustei o relógio no pace de 3:40 por km. Nada além do necessário. Meu plano era correr com sabedoria, sem forçar. Só que nem sempre o coração segue o plano.
E quando a largada soou, algo mudou.
A adrenalina falou mais alto. O coração assumiu o comando, e os pés obedeceram. Saí forte. Muito forte. Estava entre os 10 primeiros colocados nos primeiros metros. Sem saber ao certo quem era dos 6 km e quem era dos 12 km, mas mesmo assim mantive o foco em apenas uma coisa: seguir firme. Superar o cansaço e acreditar no meu potencial.
O primeiro km? 3:20/km. O corpo parecia dizer "não", mas a alma gritava "vai!".
E logo, eu era o terceiro geral. Sabia que o líder dos 12 km era de outro nível — havia feito 1h11 em uma meia maratona semanas antes — mas aquilo não importava. Minha missão era clara: dar o meu melhor.
Eu era o terceiro geral na prova, mas na verdade, eu era o 2º colocado geral dos 12kms. Pois, sabia que um dos dois atletas à minha frente, um deles era dos 6 km. Ou seja, eu estava brigando diretamente pela segunda colocação geral dos 12 km. Uma disputa real. Uma batalha silenciosa.
Como na primeira etapa eu também havia ficado em segundo lugar, precisava segurar essa colocação a todo custo, pois me ajudaria a somar mais 17 pontos e seguir firme para a última etapa onde haveria premiação em dinheiro para os cinco primeiros colocados na somatória de pontos do circuito.
A primeira volta passou rápido e percebi que o percurso não tinha dado os 6 km prometidos — faltavam cerca de 170 metros. Mas, não importava. A missão agora era resistir.
Na segunda volta, a ideia era controlar.
Eu queria reduzir o ritmo para me poupar. Afinal, no dia seguinte estaria a caminho de Santa Catarina para correr a Maratona de Criciúma. Mas o corpo já estava entregue à corrida — e a mente, ainda mais.
Fiz o 1º km da segunda volta a 3:33/km, e num dos retornos pude ver: tinha cerca de 200 metros de vantagem sobre o terceiro colocado. Respirei aliviado, mas não relaxado. Cada segundo valia ponto no circuito. Cada passo era uma conquista.
No segundo retorno, marquei a diferença: 1 minuto e 10 segundos de vantagem.
Poderia reduzir? Talvez.
Mas quando se corre com paixão, o corpo simplesmente… não para - ele quer voar.
10º km a 3:36 e km 11º a 3:33.
Quando veio o último km, eu até pensei em aliviar. Mas como? Era reta final. O pórtico chamava. O público aplaudia. E o coração batia mais forte do que nunca.
Subi o último trecho como se estivesse começando a corrida naquele momento.
A dor já não era obstáculo.
O cansaço virou combustível.
E ao avistar o pórtico de chegada, deixei as pernas voarem.
Abri os braços e cruzei a linha de chegada com 41min24seg.
Pace médio de 3min33seg por km.
E mais uma vez, o percurso não bateu — dessa vez, faltaram 350 metros.
Mas, nada faltou em mim. Dei tudo. Fui além. E venci minha própria batalha.
Mais do que pódio, foi uma jornada de superação.
Porque é assim que se corre com o coração — até o último passo.
A prova foi impecável: hidratação gelada, staffs atentos, organização firme. E o troféu… ah, dessa vez, melhorou - veio um pouco mais bonitinho. rsrs
E o melhor: subi ao pódio ao lado do amigo Tite — que chegou em quarto, superando um outro grande amigo - o Fernando, que veio em quinto. Foi o primeiro pódio junto com estes grandes amigos e ver aquele momento se realizar, depois de tantas corridas juntos, foi uma vitória dentro da vitória.
Após o pódio - muitas fotos, sorrisos e aquela boa conversa de sempre.
Ao final, encerramos a noite, já em Ubiratã, com um baita X-Bagunça lá no Prensadão. Porque atleta que se dedica, também merece celebrar. rsrs
Agradeço ao Fernando pela carona, ao Tite pelos kits, e a cada pessoa que compartilha da mesma paixão por correr, competir, viver intensamente cada km.
Se tem algo que eu possa dizer é que: não existe cansaço que vença uma alma decidida.
Mesmo quando tudo diz para parar… vá.
Mesmo quando parece que não dá… vá.
Porque às vezes, é nesse "vá" que a gente descobre do que realmente é feito.
E assim sigo, quilômetro a quilômetro, desafiando meus próprios limites e colecionando histórias que vão muito além da linha de chegada.
E para a última etapa sigo firme em segundo lugar no circuito com 6 pontos a frente do terceiro colocado e também a 6 pontos atrás do primeiro.
Não tenho chances de ser campeão, a menos que o primeiro colocado no ranking não compareça na prova ou que ele fiquei em quarto lugar e eu vença. O que é quase impossível acontecer. rsrs
E para que eu confirme o segundo segundo, basta chegar em 3º e torcer para o atleta que está em terceiro não vença a prova.
Mas, seguirei em busca de mais um vice-campeonato. rsrs
Segue abaixo algumas fotos:
Pouco antes de sairmos em viagem com os amigos Fernando e Magaiwer.
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Com o amigo Tite durante a prova.
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Galera de Ubiratã presente na prova.
Atrás: Alessandro, Tutta, Magaiwer e Riki.
Frente: Rafaela, Renata, Camila e Fernando.
Atrás: Alessandro, Tutta, Magaiwer e Riki.
Frente: Rafaela, Renata, Camila e Fernando.
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Os 5 primeiros colocados nos 12kms.
Até a data desta postagem a classificação completa poderia ser vista no site da Chiptimig.
Até a data desta postagem a classificação completa poderia ser vista no site da Chiptimig.
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Com todos de Ubiratã que pegaram pódio.
Alessandro: 3º na categoria
Magaiwer: 2º na categoria
Tutta: 2º geral
Camila: 5º geral
Fernando: 5º geral
Riki: 1º na categoria
Alessandro: 3º na categoria
Magaiwer: 2º na categoria
Tutta: 2º geral
Camila: 5º geral
Fernando: 5º geral
Riki: 1º na categoria
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"Mais do que um troféu ou um tempo marcado no relógio, essa prova foi um lembrete poderoso: mesmo nos dias mais cansativos, a paixão nos move, a dedicação nos empurra e a superação nos define."
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